QuintoAndar e Rappi podem ser despejados (e a culpa não é deles); entenda

Empresas dizem que estão com pagamentos de aluguéis em dia, mas a crise é um problema da WeWork

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Publicado em 25/09/2024 às 14:23h - Atualizado 5 minutos atrás Publicado em 25/09/2024 às 14:23h Atualizado 5 minutos atrás por Wesley Santana
Empresas usam estrutura da WeWork (Imagem: Shutterstock)

❌ Uma situação incomum tem colocado empresas como QuintoAndar, Rappi e Wise sob risco de serem despejadas de seus escritórios. A multinacional WeWork tem tido problemas para honrar com os aluguéis que assumiu no Brasil, e os donos dos prédios comerciais estão indo na justiça para pedir ordem de despejo aos inquilinos indiretos.

A WeWork é uma empresa de coworking, que oferece postos de trabalho em zonas importantes da capital paulista. Ela aluga os espaços comerciais e distribui entre empresas que optaram por não ter um escritório único, caso das startups citadas.

Muitos desses prédios estão sob gestão de fundos imobiliários que, desde maio, estão sem receber os valores oriundos de contratos que assinaram com a empresa. Em junho, a empresa começou a receber notificações judiciais de despejo em várias cidades do país, o que, por consequência, atinge seus clientes.

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Uma única empresa, a HBR Realty, solicita na Justiça o equivalente a R$ 26,8 milhões em pendências, segundo o Estadão. Muitos dos FIIs que estão com dívidas pendentes já reajustaram para baixo suas expectativas de dividendos aos acionistas.

Um levantamento da reportagem mostrou que ao menos sete ativos estão entre os impactados com a crise da WeWork. Torre Almirante, o Rio Bravo Renda Corporativa, o Hedge AAA, o Valora Renda Imobiliária, Vinci Offices, Santander Renda de Aluguéis e Kinea Renda Imobiliária são alguns deles.

O que dizem as citadas

🗣 Por meio de nota, a WeWork disse que está buscando uma solução para os casos. “Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado”, disse a WeWork por meio de nota.

O QuintoAndar disse que seus funcionários estão trabalhando em regime híbrido, que está com todas as obrigações contratuais em dia e espera que o caso seja solucionado em breve. “O QuintoAndar tem conhecimento da ação de despejo e está acompanhando o desenvolvimento desse processo, para entender seus impactos. O QuintoAndar vem cumprindo todas as obrigações contratuais estabelecidas com a WeWork e confia que o caso será solucionado em breve”, informou.

Já o Rappi destacou que acompanha o caso com indignação e que decidiu sair do edifício por causa da situação de incerteza. “Rappi vinha cumprindo com todas as suas obrigações contratuais e de pagamento com o WeWork. A situação gerou um ambiente de incerteza e instabilidade, resultando em questionamentos de parceiros, clientes e funcionários”, disse