Qual foi o interesse da EMS na Hypera? O CEO responde

Executivo nega ter feito uma oferta hostil pelo controle acionário

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Publicado em 25/10/2024 às 19:07h - Atualizado 6 minutos atrás Publicado em 25/10/2024 às 19:07h Atualizado 6 minutos atrás por Wesley Santana
Carlos Sanchez é presidente do Grupo NC (Imagem: Divulgação)

💊 Essa semana foi bastante movimentado no mundo das fusões e aquisições. Depois que a Hypera (HYPE3) anunciou um arrojamento dos negócios, a EMS decidiu fazer uma oferta considerada por muitos analistas como hostil pelos negócios da farmacêutica.

Embora a empresa tenha oferecido um valor interessante -inclusive com prêmio de 30% nas ações-, o M&A foi recusado pelo conselho de administração. Além disso, a oferta foi recebida em mau tom pelo maior acionista da companhia, João de Queiroz, que decidiu comprar mais papeis depois que a cotação da Hypera caiu.

Nesta sexta-feira (25), o CEO o Grupo NC, controlador da EMS, Carlos Sanchez, decidiu comentar o que levou à oferta e quais seriam os planos para a possível subsidiária. Em entrevista ao Brazil Journal, ele destacou que o principal objetivo era a complementariedade dos portfólios.

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“Acredito também que juntos temos muita complementaridade de competências. A EMS sempre foi uma companhia extremamente inovadora e focada em P&D, tendo construído o maior portfólio de moléculas do mercado. Já a Hypera é a melhor companhia na gestão e desenvolvimento de marcas”, destacou ele.

“O [João Alves de Queiroz] Júnior construiu marcas emblemáticas, tem excelência nisso, uma coisa que não fazemos bem hoje e na qual não temos DNA. Queremos nos beneficiar dessa qualidade que eles têm”, complementou.

Ele também rechaçou a ideia de que a oferta teria sido hostil, considerando que os dois executivos tinham uma relação de amizade. Atualmente, a EMS possui 5% do capital social da Hypera.

“A minha decisão de fazer a oferta dessa forma levou em consideração o anúncio que a Hypera fez na sexta-feira, que daria margem para algum terceiro se aproveitar do momento para comprar mais ações e ter um ganho fácil quando eu já estava decidido a propor a combinação”, pontuou.

Surpresa

Durante a entrevista, Sanchez disse ter ficado surpreso com a decisão rápida tomada pelo conselho da farmacêutica. Em sua análise, o negócio poderia gerar valor para os acionistas das duas empresas envolvidas.

“Temos informações e assessores que estão prontos para isso, e para fazer isso de forma organizada. Diversos acionistas da Hypera já nos manifestaram apoio à nossa proposta, o que nos dá confiança de que existe um caminho para que o conselho reconsidere sua decisão”, projetou.

Sobre o valor oferecido, considerado subestimado pelo conselho, ele disse ter sido justo e oferecido uma alternativa parcial em caixa.

“Digo mais: falamos com muitos investidores de mercado e não ouvimos qualquer desconforto em relação ao valor proposto. Pelo contrário, só ouvimos mensagens de apoio e de suporte à transação”, disse. Estou disposto a defender todos os méritos da nossa oferta, em um debate franco com o conselho da Hypera, no formato que acharem melhor”, concluiu.