Pix completa 5 anos com recordes e novos recursos; veja o que esperar

Adoção recorde, impacto econômico e novas funcionalidades que podem transformar ainda mais o mercado.

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Publicado em 16/11/2025 às 12:25h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 16/11/2025 às 12:25h Atualizado 2 minutos atrás por Wesley Santana
Pix foi criado em 2020 para facilitar transferências no Brasil (Imagem: Shutterstuck)
Pix foi criado em 2020 para facilitar transferências no Brasil (Imagem: Shutterstuck)
Você consegue lembrar como era a vida antes da pandemia? Pois bem, e se perguntarmos como você fazia transferências entre bancos antes deste período? Se você não lembra, vamos te lembrar: cada envio ou recebimento de dinheiro poderia levar horas, dependendo da modalidade escolhida pelo correntista.

Isso tudo mudou com a chegada do Pix, que comemora exatos cinco anos neste domingo (16). O sistema de pagamentos imediatos desenvolvido pelo Banco Central revolucionou a maneira como o brasileiro paga por produtos e serviços no país.

Segundo dados do Banco Central, 162 milhões de brasileiros já usam o Pix no dia a dia. O número é tão alto que supera — e muito — a população economicamente ativa.

A adoção massiva do Pix fez o sistema se posicionar com a melhor adoção do mundo entre os seus pares, superando o da Índia, por exemplo. Mesmo o país asiático tendo quase cinco vezes mais população que o Brasil, estima-se que o representante local tenha levado quase uma década para atingir o número de usuários que o Pix, fazendo a conta de forma proporcional.

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No ano passado, a funcionalidade foi responsável por movimentar cerca de R$ 26 trilhões na economia brasileira. Grande parte deste montante circulou sem nenhum tipo de tarifa, especialmente quando as transações foram realizadas entre pessoas físicas.

"Estamos todos muito contentes. O Pix cresceu, se desenvolveu bem e é um motivo de grande orgulho por parte do Banco Central e da sociedade brasileira como um todo", diz Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.

A chegada do Pix tem ainda um outro importante vetor, que foi a redução dos custos para transações financeiras. Antes, os correntistas ficavam presos ao pagamento com cartão, que podia carregar algum custo extra na hora de pagar, além das transferências por meio de DOC/TED, que também podiam ser cobradas pelos bancos.

Em cinco anos, o sistema evoluiu de forma rápida, se apresentando de diferentes formas aos brasileiros. Primeiro veio o formato de transferências por chave; depois veio o Cobrança; na sequência, o Saque e Troco; e, por fim, o agendamento recorrente.

Neste ano, o Banco Central também trabalhou para criar pelo menos duas ferramentas adicionais: Pix por aproximação e Pix automático, sendo o primeiro com tecnologia NFC e o segundo voltado para pagamento de assinaturas mensais, com descontos automáticos todos os meses.

Alguns bancos e instituições financeiras ainda apresentam suas próprias melhorias para o sistema do governo, como o uso de inteligência artificial para operacionalizar o sistema. Há instituições, por exemplo, que oferecem robôs de IA para auxiliar no envio de recursos a outras contas ou que suportam comandos de voz para mensageiros, como o WhatsApp.

Futuro é logo ali

Atualmente, o Pix é o método de pagamento mais usado pelos brasileiros, somando quase 20 bilhões de transações apenas no segundo trimestre de 2025. Com isso, supera em grande escala os cartões, que, no mesmo período, ficaram em pouco mais de 12 bilhões de registros.

Por si só, os números justificam a continuidade do sistema no mesmo formato atual, mas o BC tem planos de expandir ainda mais os usos da ferramenta. Um desses exemplos é o Pix parcelado, que deve possibilitar a divisão da conta em valores mensais, da mesma maneira que acontece com o cartão de crédito hoje.

"Ele pode ser um acesso alternativo a linhas de crédito mais caras, mas também queremos garantir que esteja funcionando da maneira adequada", destaca o presidente do BC.

No entanto, há desafios também, especialmente em um cenário em que o sistema passa por diversos problemas de segurança. Em julho, um ataque hacker desviou quase R$ 1 bilhão de contas de empresas que operacionalizam o Pix.

O BC correu para apertar algumas regras e aumentar a segurança de tudo que circula dentro desse ambiente que já é controlado. Além disso, criou o MED (Mecanismo Especial de Devolução) para bloquear os valores transferidos com suspeita de golpes.

“O botão do MED, já presente nos aplicativos, continuará como porta de entrada para o pedido. Mas ainda é essencial que o usuário entenda que se trata de uma ferramenta exclusiva para casos de fraude — e não para disputas comerciais”, diz Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC.