Outra grande companhia brasileira dá adeus à bolsa dos EUA

Nesta quinta-feira (19), o Conselho de Administração do Assaí (ASAI3) aprovou a interrupção das ações da companhia na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE). Segundo a empresa, o volume baixo de negociações não é atrativa do ponto de vista de custo-benefício da manutenção.

✈ Cada ADR negociado nos Estados Unidos equivale a cinco ações da companhia listadas na B3. Nesta quinta, enquanto os ativos brasileiros eram negociados por R$ 5,44, os ADRs podiam ser comprados por US$ 4,40 no exterior.

Várias empresas mantém um programa de listagem nos EUA para permitir que os investidores estrangeiros estejam comprados no ativo, sem precisar ter contas em corretoras brasileiras. No entanto, o custo de manutenção deste programa pode não compensar, a depender do volume diário de compras e vendas.

No caso do Assaí, a diretoria destaca que 87% das negociações estão concentradas no segmento do Novo Mercado, ou seja, no âmbito da B3. Por isso, a companhia já emitiu um comunicado pedindo a deslistagem junto à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos).

“A deslistagem está em linha com a estratégia de longo prazo da companhia de manter a eficiência da operação, dada a característica de baixo custo da companhia”, afirmou a atacadista em comunicado. O processo de saída deve ser concluído no dia 9 de janeiro de 2025, informou a atacadista.

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Neste ano, o Assaí não teve um bom desempenho na bolsa de valores. Segundo dados da B3, o ticker recuou mais de 58% desde janeiro, quando era negociado acima de R$ 13.

Mesmo assim, bancos e corretoras de investimentos mantém recomendação de compra para os papeis, mirando uma alta de até 100%. É o caso da XP Investimentos que espera um upside de 10,2%, com preço-alvo de R$ 11.

"Apesar de ASAI ser a mais afetada pelo ciclo de aumento das taxas de juro, acreditamos que já está precificado. Além disso, somos construtivos em relação ao formato de atacarejo, ao histórico de execução da companhia e de desalavancagem", destacam os analistas da corretora.

A Natura (NTCO3) também anunciou a saída da bolsa de Nova Iorque no começo deste mês de dezembro. A companhia também destacou que a decisão vem do baixo volume de transações, o que torna os custos superiores às oportunidades.