💲 O JPMorgan revisou suas projeções para o setor de siderurgia após incorporar os resultados do terceiro trimestre de 2025 e atualizar suas premissas macroeconômicas e de preços das commodities.
A recomendação para Gerdau foi reafirmada em compra, com preço-alvo de R$ 28, sustentada por uma percepção clara de que a empresa está se movendo na direção correta para atravessar o período adverso e fortalecer sua rentabilidade no longo prazo.
O gatilho que pode mudar o setor
Um ponto central do relatório é o impacto potencial das medidas antidumping que podem ser adotadas pelo governo. Para o JPMorgan, se aprovadas, essas medidas podem reposicionar o setor no curto prazo, reduzindo a concorrência de produtos importados e devolvendo poder de preços às siderúrgicas brasileiras.
Nesse cenário, a Usiminas seria a maior beneficiada, o que explica por que, apesar da recomendação neutra, o banco vê forte potencial de curto prazo caso os remédios comerciais sejam implementados.
Gerdau
Para a Gerdau, o JPMorgan espera margens mais enxutas no Brasil no 4T25 devido à sazonalidade, mas enxerga fatores relevantes de alívio estrutural em 2026.
A entrada em operação da mina Miguel Burnier deve reduzir custos em R$ 400 milhões a partir da segunda metade do ano, montante que soma-se a outro corte planejado de mesmo valor, especialmente via contratos de energia e maior diluição operacional. Nos EUA, mercado que representa uma fatia significativa dos resultados da Gerdau, a expectativa é ainda mais positiva.
O JPMorgan projeta margens acima de 20% em 2026, apoiadas em preços mais altos (especialmente das vigas) e estabilidade regulatória, assumindo que não haja mudanças relevantes no USMCA.
A empresa é precificada a um múltiplo de 3,7x EV/Ebitda para 2026, considerado atrativo.
Usiminas
A Usiminas deve registrar leve expansão de margens no aço no 4T25, impulsionada por custos menores, embora a sazonalidade reduza volumes. Na mineração, preços fortes do minério ajudam a sustentar margens elevadas, ainda que os embarques sejam menores.
Para 2026, o JPMorgan vê melhora consistente nos preços do aço para os principais setores consumidores, elevando a rentabilidade da empresa. A ação negocia a 4,5x EV/Ebitda 2026, mas permanece com recomendação neutra porque, na ausência do antidumping, o potencial de valorização é considerado limitado.
CSN
A CSN deve se beneficiar de preços mais altos do aço trimestre a trimestre, o que melhora margens mesmo com volumes menores e custos estáveis. Para 2026, o banco projeta retomada gradual do setor, permitindo que a empresa sustente margens de dois dígitos.
Na
CSN Mineração (CMIN3), preços fortes do minério compensam parte da queda nos volumes no 4T. O JP estima preço médio de US$ 95 por tonelada para 2026 e margens consistentemente acima de 40%. O segmento de cimento também deve manter estabilidade, com margens próximas de 25%.
📈 Apesar do bom posicionamento operacional, a recomendação permanece neutra, com preço-alvo de R$ 8,50, pois o banco vê pouco espaço para reprecificação relevante. A companhia negocia a 5,6x EV/Ebitda 2026.