Nubank (ROXO34) quer atuar como banco nos Estados Unidos

Banco digital pediu licença para atuar nos EUA e, assim, consolidar plano de expansão global.

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Publicado em 30/09/2025 às 18:23h - Atualizado Agora Publicado em 30/09/2025 às 18:23h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Além do Brasil, Nubank já atua no México e na Colômbia (Imagem: Shutterstock)
Além do Brasil, Nubank já atua no México e na Colômbia (Imagem: Shutterstock)

Com cerca de 123 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, o Nubank (ROXO34) agora mira um mercado ainda maior: o dos Estados Unidos.

🏦 O roxinho solicitou uma licença para atuar como banco nacional nos Estados Unidos e, assim, poder acessar novas possibilidades no mercado financeiro norteamericano.

Em comunicado, o Nubank disse nesta terça-feira (30) que o pedido está alinhado ao seu desejo de "explorar oportunidades internacionais no futuro, evoluindo sua plataforma regional para um modelo global".

💳 Segundo o banco digital, uma eventual licença bancária do Escritório do Controlador da Moeda dos Estados Unidos lhe permitiria "inovar com responsabilidade e escalar de forma eficiente no mercado dos EUA, eventualmente oferecendo no futuro contas de depósito, cartão de crédito, empréstimos e custódia de ativos digitais".

"A solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços", disse o fundador e CEO da Nu Holdings, David Vélez.

Liderança brasileira

A operação do Nubank nos Estados Unidos será uma subsidiária integral da Nu Holdings e será liderada por Cristina Junqueira, co-fundadora e diretora de expansão do banco digital.

"Apesar de ainda termos trabalho pela frente, acreditamos que, ao trabalhar em estreita colaboração com os reguladores, em breve estaremos em posição de ampliar nossa oferta para o mercado dos EUA como um todo", afirmou Cristina, que se mudou para os Estados Unidos.

Já o Conselho de Administração da operação americana será presidido por Roberto Campos Neto, o ex-presidente do BC (Banco Central) que hoje é vice-presidente e diretor global de políticas públicas do Nubank.

Além de Roberto Campos Neto e Cristina Junqueira, farão parte do board o expresidente e COO do Nu, Youssef Lahrech, e dois executivos americanos. Conheça:

  • Brian Brooks, exComptroller of the Currency interino e o atual CEO da Meridian Capital Group;
  • Kelley Morrell, exdiretora geral sênior da Blackstone, exdiretorachefe de estratégia do CIT Group e exexecutiva do Departamento do Tesouro dos EUA, além fundadora e sóciagestora da Highline Capital Management.

Outros mercados

Ao anunciar o plano de expansão nos Estados Unidos, David Vélez garantiu que o Nubank também continua focado em gerar crescimento nos seus mercados atuais.

O banco digital atua no Brasil, no México e na Colômbia e, segundo o executivo, ainda vê "amplas oportunidades de expansão" nessas regiões.

Com o crescimento da receita obtida nessas operações e uma rentabilidade superior à dos bancões, o Nubank registrou um lucro recorde de US$ 637 milhões no segundo trimestre de 2025.

O que dizem os analistas?

Para a Ativa Investimentos, o processo junto ao Escritório do Controlador da Moeda dos Estados Unidos pode ser longo e sujeito a revisões rigorosas. Contudo, também pode trazer ganhos para o roxinho.

A licença permitiria ao Nubank oferecer "produtos bancários completos em um dos maiores mercados financeiros do mundo, ampliando a base de clientes e diversificando receitas".

E os analistas acreditam que, "embora existam riscos regulatórios e competitivos, a experiência da companhia em mercados emergentes e sua plataforma tecnológica robusta podem facilitar a execução da nova estratégia".

Diante disso, a Ativa classifica a iniciativa como "positiva do ponto de vista estratégico, sinalizando ambição internacional e diversificação de receitas". 

"Em nossa avaliação, a entrada no mercado americano pode colocar o Nubank em vantagem estratégica frente a incumbentes e fintechs consolidadas", afirmou a casa, que ainda vê "oportunidades de cross-sell e monetização da base atual de clientes, oferecendo novos produtos e serviços de forma integrada".