Nubank perde posto de banco mais valioso da América Latina para o Itaú; confira

Pela primeira vez desde o início de junho, o Nubank deixou de ser a instituição financeira mais valiosa da América Latina.

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Publicado em 05/08/2024 às 09:48h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 05/08/2024 às 09:48h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
Imagem: Shutterstock.

📊 Na sexta-feira, dia 2, o mercado financeiro foi surpreendido pela inversão de posições entre o Nubank (ROXO34) e o Itaú Unibanco (ITUB4) em termos de valor de mercado.

Pela primeira vez desde o início de junho, o Nubank deixou de ser a instituição financeira mais valiosa da América Latina, fechando o dia com um valor inferior ao do Itaú Unibanco nas bolsas dos Estados Unidos e do Brasil.

As ações do Nubank caíram 5,2% na Bolsa de Nova York na sexta-feira, resultado direto da segunda redução de recomendação de compra em um período de duas semanas.

O UBS BB foi o responsável pela última redução, alterando a recomendação de compra para neutra, seguindo movimento similar realizado pelo JPMorgan.

Ambos os bancos justificaram a mudança apontando o pouco espaço para valorização das ações da fintech.

Thiago Batista, analista do UBS BB, destacou em relatório que o valor de mercado de US$ 57 bilhões já precificava todas as atuais iniciativas do Nubank.

Para ele, novos produtos ou a expansão para outros países podem abrir espaço para valorização, mas os resultados efetivos dessas iniciativas levarão tempo para se concretizarem.

Yuri Fernandes, analista do JPMorgan, em relatório divulgado em julho, apontou que o espaço para crescimento do Nubank no segmento de baixa renda no Brasil está se esgotando, forçando a fintech a buscar expansão nos segmentos de média e alta renda.

Fernandes ressaltou que a continuidade do crescimento no segmento de baixa renda, embora possível, é arriscada.

Desempenho Recente das Ações

Apesar da recente queda, as ações do Nubank apresentam uma valorização de quase 31% no acumulado do ano em Nova York.

No entanto, nos últimos 30 dias, os papéis caíram cerca de 12%, influenciados pelas reduções de recomendação e por uma percepção negativa em relação aos índices de inadimplência da carteira de crédito.

Impacto dos Dados do Banco Central

📉 A divulgação dos dados referentes a maio pelo Banco Central, na quinta-feira, dia 1º, também pressionou as ações do Nubank, que registraram queda de 5%.

A preocupação dos investidores se concentrou na parcela da carteira de crédito classificada com notas de crédito mais baixas, de E a H, que aumentou para 10,2% da carteira total, comparado a 9,7% no mês anterior.

Esse aumento no índice gerou temores de que as provisões para perdas possam subir e que o crescimento da carteira desacelere.

Gustavo Schroden, analista do Bradesco BBI, afirmou em relatório que os investidores estão atentos à evolução da qualidade dos ativos do Nubank e ao crescimento da carteira de crédito nos próximos meses e trimestres.

Controle da Inadimplência e Perspectivas

Os índices de inadimplência têm sido um ponto crítico para o Nubank. No primeiro trimestre, a inadimplência chegou a 6,3%, comparado a 5,5% em março do ano passado.

O Nubank tem enfatizado que controlar a inadimplência não é a prioridade no momento, focando mais no crescimento.

Contudo, analistas argumentam que, com os múltiplos altos das ações, a margem de tolerância do mercado está menor.

Pedro Leduc, analista do Itaú BBA, afirmou que, apesar do nervosismo do mercado em relação aos múltiplos altos, a tese de investimento no Nubank vai além dos índices de inadimplência.