Mubadala Capital abrirá uma nova Bolsa no Brasil em 2025. E agora?

A nova concorrente da B3 será sediada no RJ; veja o que pensa especialista sobre o tema

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Publicado em 01/03/2024 às 17:03h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 01/03/2024 às 17:03h Atualizado 3 meses atrás por Jennifer Neves
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💸 O Mubadala Capital está em processo de estruturação de uma nova Bolsa de Valores no Brasil, com sede no Rio de Janeiro, conforme apurado pelo jornal O Globo. A nova concorrente da B3 (B3SA3) deve iniciar as operações no segundo semestre de 2025, com nome ainda em definição.

A nova instituição, segundo a apuração, terá Claudio Pracownik na presidência, que já liderou a Ágora Investimentos e Genial Investimentos. Ainda, a estrutura também será voltada a mercados de ações, derivativos e câmbios. 

Sobre a Mubadala Capital

A Mubadala Capital é uma subsidiária de gestão de ativos totalmente detida pela Mubadala Investment Company, com cerca de US$ 280 bilhões de ativos sob custódia. Fundada em 2011, a empresa é sediada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Em 2017, a Mubadala Capital tornou-se o primeiro fundo soberano a gerenciar capital de terceiros em nome de investidores institucionais.

Dentre as gestões da companhia, destaca-se quatro fundos de private equity principais, três fundos de venture capital de estágio inicial, dois fundos focados em situações especiais no Brasil, uma estratégia de investimento perene focada em oportunidades de mercado privado e outras de veículos de co-investimento, SPVs e fundos de continuação.

Quem é Claudio Pracownik?

Além das passagens pela Ágora e Genial, Claudio Pracownik, mais recentemente esteve à frente da Win the Game, empresa que fundou em 2021. 

O executivo também já passou pelos bancos Pactual, Bozano, Santander Brasil e Plural.

O que deve acontecer no mercado acionário brasileiro?

O professor da FIA Business School, Marcos Milan, acredita que em relação às empresas listadas, não terá grandes mudanças com a entrada de outro Player disputando o mercado e ajudando a consolidá-lo. “Para as empresas que têm capital aberto, as coisas continuam. Os valores das ações também não devem alterar”.

Ele complementa que a entrada de um concorrente de qualquer setor, abre uma leva de oportunidades, principalmente para o público consumidor. “No caso da B3, isso não é diferente”. Na visão dele, o público se dividirá em dois.

“Como a B3 é o único Player de Bolsa de Valores no Brasil, ela precifica, a grosso modo, todos os serviços e taxas da forma como bem entende”. Milan acrescenta que a chegada de um novo adversário também deve movimentar o mercado nesse sentido. “Então, provavelmente, vamos ter uma disputa acirrada em termos de taxas. Claro que a B3 já esperava a chegada de um concorrente desde 2020. Com isso, ela já tem feito análises cuidadosas de todas as fontes de receita”.

No entanto, para o especialista, os desafios e oportunidades de ambas as Casas se referem a ajudar na consolidação de uma economia que está em um processo de maturidade. Ele exemplifica a Reforma da Previdência e a chegada de influenciadores de finanças que ajudaram nesse processo de amadurecimento. “Os desafios e as oportunidades se confundem nessa consolidação da economia brasileira como uma referência global”, conclui.