Mais uma companhia aérea pode pedir recuperação judicial nos EUA

Spirit tem dívidas que passam de US$ 3 bilhões

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Publicado em 04/10/2024 às 16:00h - Atualizado 13 dias atrás Publicado em 04/10/2024 às 16:00h Atualizado 13 dias atrás por Wesley Santana
Spirit é uma companhia estadunidense (Imagem: Shutterstock)

✈ Nesta sexta-feira (4), a imprensa norte-americana repercutiu a notícia de que a Spirit pode entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A companhia aérea tem dívidas que somam mais de US$ 3 bilhões, sendo grande parte com vencimento para até 31 de dezembro deste ano.

O cenário negativo começou depois de ter fracassado em um acordo de fusão com a rival JetBlue, avaliado em quase US$ 3,6 bilhões. Já faz alguns trimestres que a empresa tem lutado para tentar registrar lucro, mas não tem obtido sucesso.

De acordo com o Wall Street, a empresa avaliar acessar o Chapter 11 que permite a renegociação de dívidas enquanto continua operando. Essa é a mesma ferramenta que usou a brasileira Gol e a sueca Scandinavian Airlines.

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Fundada nos EUA, a Spirit ficou famosa em todo o mundo como uma das principais companhias de baixo custo. Atualmente, opera voos entre diversos países da América.

Recentemente, na tentativa de cortar custos e aumentar receitas, a empresa cortou algumas das rotas que operava, reduziu sua capacidade operacional e até aumento o preço de seus bilhetes aéreos.

No entanto, a empresa tem como contra o fato da concorrência ser grande nos Estados Unidos, vindo tanto das companhias locais quanto as estrangeiras que têm autorização para operar no país.

As ações da Spirit caíram quase que pela metade durante o pregão, conforme dados da bolsa de valores de Nova Iorque. Às 12h, os papeis eram negociados próximo de US$ 1,60 depois de uma leve recuperação obtida no fim da manhã.

Chapter 11

⚖ O Chapter 11 (Capítulo 11, na tradução para português) é um artigo da Lei de Falências dos Estados Unidos que muito se parece com a Recuperação Judicial no Brasil. Ele permite que a empresa mantenha sua operação normalmente, enquanto negocia com os principais credores.

Assim como a Gol, outra empresa que recorreu ao modelo foi a Latam, em 2020, quando foi impactada fortemente pelo cenário de pandemia. Essa é uma alternativa importante para grandes empresas pois também permite que, com a autorização de um juiz, elas consigam novos créditos no mercado.

“A escolha por ingressar com este procedimento visa também, em curto prazo, quitar os credores, bem como fortalecer sua estrutura de capital no longo prazo, com vistas a novos financiamentos”, afirma a advogada especialista em reestruturação empresarial do Luchesi Advogados, Camila Crespi, em entrevista ao G1.