JPMorgan corta preço-alvo do Mercado Livre e cita pressão da Amazon

Analistas apontam competição no e-commerce como motivo, enquanto ações do MELI34 recuam 12% na semana.

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Publicado em 03/10/2025 às 15:02h - Atualizado 1 hora atrás Publicado em 03/10/2025 às 15:02h Atualizado 1 hora atrás por Wesley Santana
Mercado Livre é um dos maiores sites de compras do país (Imagem: Shutterstock)
Mercado Livre é um dos maiores sites de compras do país (Imagem: Shutterstock)

Nesta sexta-feira (3), o JPMorgan cortou o preço-alvo para as ações do Mercado Livre (MELI34) nos Estados Unidos. O banco de investimentos reduziu a expectativa de avanço dos papéis de US$ 2,7 mil para US$ 2,6 mil no final de 2026.

Os analistas da instituição destacaram vários cenários para a decisão, mas pontuaram que a competição no comércio digital é a principal razão. Eles citaram nominalmente a Amazon, que aparece como um dos principais players na competição pelo segmento online. 

O projeto da empresa de Jeff Bezos de reduzir o custo do frete no país foi fundamental para fazer frente ao Meli e à Shopee. A empresa anunciou a isenção das tarifas logísticas para os vendedores para os pedidos entregues pela plataforma. 

Apesar da redução no preço, o JPMorgan manteve a recomendação neutra para os papéis. Com isso, a expectativa de upside dos papéis é de 19% em relação à cotação atual. 

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Outro banco que reviu suas projeções para o marketplace foi o Morgan Stanley, mas manteve sua recomendação de compra para os papéis. Para os analistas, o movimento da Amazon é importante, mas não o suficiente para fazer frente à liderança do Meli no mercado nacional. 

"Vemos escala logística, fidelização de vendedores, os vínculos com serviços financeiros e outros efeitos de rede de plataformas impulsionando a conversão do GMV [valor de mercadoria vendida]. Considerando esses fatores, não acreditamos que campanhas promocionais sejam capazes de alterar o cenário competitivo, nem provocar uma reação direta do Meli, que já está ativa em um ciclo de investimentos em logística e redução de taxas", diz o relatório do banco.

As revisões dos bancos norte-americanos acontecem no momento em que o Mercado Livre se vê pressionado na bolsa de valores. No acumulado desta semana, o ticker registrou uma desaceleração de quase 12% nos papéis. 

Mesmo com essa baixa, porém, as ações continuam com um bom desempenho no acumulado deste ano. Desde janeiro, a valorização é de 24%, com um valor de mercado de US$ 110 bilhões, de acordo com NYSE. 

Nove aviões da Gol

Para tentar manter sua tradição no mercado online, o Mercado Livre tem apostado em parceria com empresas que aceleram as entregas. Por isso, nesta semana, o e-commerce celebrou a chegada do seu novo avião em colaboração com a Gol (GOLL54).

No ano passado, quase 3 milhões de entregas foram viabilizadas por meio dessa parceria, movimentando um total de R$ 63 bilhões em pedidos. O novo veículo é um Boeing 737-800 que já está em processo de integração com a frota da companhia aérea.