Itaú (ITUB4) prevê Selic a 15% em 2025 após decisão “agressiva” do Banco Central

Além das duas altas de 1 ponto percentual já sugeridas pelo Banco Central, o Itaú projeta um ajuste adicional de 0,75 ponto em maio de 2025.

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Publicado em 13/12/2024 às 11:30h - Atualizado 8 dias atrás Publicado em 13/12/2024 às 11:30h Atualizado 8 dias atrás por Matheus Rodrigues
A taxa Selic, no entanto, deverá recuar para 13% em 2026, segundo a análise do banco (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Itaú Unibanco (ITUB4) revisou suas projeções para a taxa básica de juros (Selic), elevando a estimativa para 15% em 2025, frente à previsão anterior de 13,5%.

Essa mudança reflete a postura mais agressiva do Banco Central, que recentemente aumentou a Selic em 1 ponto percentual, alcançando 12,25% ao ano, e sinalizou novas altas significativas no futuro próximo.

De acordo com o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, as expectativas para o próximo ano apontam para um ciclo ainda mais intenso de aperto monetário.

Além das duas altas de 1 ponto percentual já sugeridas pelo Banco Central, o Itaú projeta um ajuste adicional de 0,75 ponto em maio de 2025.

A taxa Selic, no entanto, deverá recuar para 13% em 2026, segundo a análise do banco.

Inflação e crescimento econômico

Em relação à inflação, o Itaú ajustou suas previsões para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A projeção para 2024 caiu para 4,9%, enquanto para 2025 foi mantida em 5%, ambos os números acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central. Já para 2026, o banco espera uma inflação de 4,3%.

No campo do crescimento econômico, o cenário é mais otimista no curto prazo.

O banco revisou para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023, de 3,2% para 3,6%, refletindo uma atividade econômica mais robusta e perspectivas favoráveis para o setor agrícola em 2024.

A projeção de crescimento para 2025 também foi ajustada, de 1,8% para 2,2%.

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Perspectivas e riscos

A deterioração das expectativas inflacionárias, combinada com uma taxa de câmbio enfraquecida e um desempenho econômico resiliente, é apontada como a base para a estratégia de juros mais rigorosa do Banco Central.

Apesar disso, o Itaú alerta para riscos assimétricos no horizonte, que podem demandar um ajuste monetário ainda mais severo.

O Banco Central, por sua vez, tem reiterado preocupações com a possibilidade de a inflação superar suas projeções, justificando a necessidade de ajustes mais contundentes na política monetária.

Esses movimentos, segundo o Itaú, refletem a busca por um equilíbrio em um cenário econômico desafiador.

Consequências e desafios

📊 As decisões do Banco Central e as projeções do mercado sobre a Selic têm impacto direto nos custos de crédito, nos investimentos e na capacidade de crescimento da economia.

Para investidores e consumidores, é importante acompanhar essas mudanças, que moldam as expectativas de inflação, o ritmo de atividade econômica e os rumos da política monetária nos próximos anos.

Com um cenário que mistura incertezas globais e desafios domésticos, o monitoramento das decisões do Banco Central e das análises de instituições financeiras, como o Itaú, é essencial para quem busca entender o futuro do mercado financeiro brasileiro.