Google é multado em €250 mi por usar conteúdo de jornais para treinar IA, sem pagar
A empresa não notificou nem os editores do jornal nem a autoridade.
🚨 O domínio do Google no mercado de buscas, antes inquestionável, começa a mostrar sinais de fragilidade diante de pressões legais e inovações tecnológicas.
Mesmo após a Alphabet (GOGL34), controladora do Google, ter divulgado resultados financeiros sólidos em outubro, alguns fundos de investimento optaram por reduzir ou encerrar suas posições na companhia, indicando desconfiança sobre o futuro da gigante das buscas.
O cenário, permeado por processos judiciais e avanços em inteligência artificial de concorrentes, aponta para uma possível reconfiguração do setor, e os investidores já reavaliam suas apostas.
Diversos gestores de fundos, incluindo nomes influentes do mercado brasileiro, adotaram uma postura cautelosa em relação ao Google.
Entre os principais motivos estão incertezas legais e dúvidas sobre a capacidade da empresa de manter seu poder de mercado. Wagner Chavez, sócio da SFA Investimentos, explica que, apesar dos bons resultados financeiros, o ambiente regulatório cada vez mais rígido nos Estados Unidos é um fator de preocupação.
A SFA decidiu zerar suas posições no Google há mais de um ano, observando que a vantagem competitiva da empresa está em risco.
Em agosto, o juiz Amit Mehta, de Washington, decidiu contra a Alphabet, sustentando que a empresa usou práticas anticompetitivas para manter sua posição dominante no mercado de buscas.
Tal decisão pode resultar em medidas regulatórias que alterariam significativamente o modelo de negócios do Google.
Eder Cruz, analista da AZ Quest, ressalta que há um risco concreto de segmentação dos negócios da companhia, caso as autoridades americanas avancem com propostas mais severas, como a separação do Android ou do próprio buscador.
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Além das dificuldades regulatórias, o Google enfrenta novos competidores que apostam fortemente em inteligência artificial para entrar no mercado de buscas.
A Meta (M1TA34), por exemplo, está desenvolvendo um buscador com tecnologia de IA, ampliando a competição por um mercado extremamente lucrativo.
A empresa de Mark Zuckerberg já se provou resiliente em momentos críticos e, segundo Cruz, conseguiu enfrentar competidores como o Snapchat ao transformar o Instagram em uma plataforma dominante.
O desenvolvimento de buscadores alternativos, como o da Meta e de startups como Perplexity, aumenta a pressão sobre o Google para acelerar suas próprias iniciativas em IA.
A Alphabet reportou crescimento de 13,79% nas receitas no segundo trimestre de 2024 em comparação ao ano anterior, mas analistas alertam que o ritmo de expansão pode não ser sustentável.
Qualquer sinal de perda de participação de mercado pode ser encarado de maneira negativa pelos investidores.
“O Google sempre exibiu números robustos, mas qualquer coisa que indique que o futuro da empresa não será tão promissor quanto o passado pode abalar a confiança do mercado”, explica Chavez.
💲 O Itaú BBA analisou os resultados recentes da Alphabet e atribuiu um preço/lucro (P/L) de 17,5x após a divulgação dos dados, mas alertou sobre riscos elevados.
Thiago Kapulskis, analista do Itaú BBA, argumenta que, embora a avaliação de mercado possa parecer atrativa, os riscos regulatórios e a concorrência emergente tornam o investimento na companhia uma aposta menos segura do que no passado.
Com o cerco se fechando tanto do ponto de vista regulatório quanto tecnológico, o Google enfrenta uma encruzilhada em sua trajetória como líder do mercado de buscas.
A companhia se vê pressionada a inovar sem comprometer sua estabilidade financeira e reputação.
Para investidores e fundos, o cenário sugere cautela, enquanto o futuro do Google é decidido em um ambiente de transformação tecnológica e intensa vigilância regulatória.
A empresa não notificou nem os editores do jornal nem a autoridade.
A decisão foi tomada para evitar possíveis erros na implantação da plataforma.