O setor de papel e celulose vai investir R$ 105 bilhões no Brasil nos próximos três anos, por meio da construção de novas fábricas, ampliação das plantas já existentes e obras e infraestrutura logística para escoamento da produção.
Os investimentos foram anunciados nesta quarta-feira (21), durante reunião do setor com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), em Brasília.
🏭 Lula, por sinal, teria sido convidado para conhecer a fábrica da
Suzano (SUZB3) no Mato Grosso do Sul, o Projeto Cerrado, que é
maior fábrica de celulose em linha única do mundo. A planta soma um investimento de R$ 22,2 bilhões e terá uma capacidade de produção inicial de 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose de eucalipto.
A cifra ainda contempla o investimento R$ 1,6 bilhão que está sendo realizado pela
Klabin (KLBN11) no Projeto Figueira, fábrica de embalagens de papelão ondulado, localizada em Piracicaba, São Paulo, e inaugurada em abril deste ano.
Veja as outras companhias do setor que têm investimentos previstos para o Brasil:
- Eldorado Brasil - R$ 25 bilhões: a companhia pretende construir uma segunda linha de produção e um ramal ferroviário para escoar a produção em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul;
- Arauco - R$ 25 bilhões: a empresa chilena pretende inaugurar sua primeira fábrica de celulose no Brasil em 2028, em Inocência, Mato Grosso do Sul;
- CMPC - R$ 25 bilhões: a multinacional chilena vai instalar uma nova planta industrial de produção de celulose e um terminal portuário em Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul;
- Bracell - R$ 5 bilhões: a empresa asiática está construindo uma fábrica de papéis para fins sanitários ao lado da planta de celulose que já mantém em Lençóis Paulista, São Paulo.
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36 mil empregos
🧑🏭 Segundo a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), os investimentos que serão realizados pelo setor no Brasil até 2028 vão gerar cerca de 36 mil empregos na fase de obras. A expectativa é de que 7,3 mil empregos diretos e indiretos sejam mantidos quando as unidades entrarem em operação.
A IBÁ representa 47 empresas do setor e 10 entidades estaduais ligadas a produtos derivados dessa indústria.
Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, o anúncio de investimentos é "superimportante" e "mostra confiança no Brasil". Ele lembrou que o Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de celulose do mundo e destacou que, por isso, o setor é o sexto maior exportador do Brasil.
Em 2023, por exemplo, a indústria de papel e celulose gerou US$ 10,3 bilhões de divisas e teve um saldo comercial de US$ 9,2 bilhões. Foi cerca de 3% de tudo o que o Brasil exportou no ano passado.
O diretor presidente da
Dexco (DXCO3), Antonio Joaquim, também participou da reunião e afirmou que a indústria brasileira de papel e celulose é referência mundial e atende setores variados, como siderurgia e painéis.