🚨O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira (18) que deixará o comando da pasta "no mais tardar" até fevereiro de 2026.
Em café da manhã com jornalistas, o ministro revelou ter comunicado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua decisão de não concorrer a cargos eletivos no próximo pleito, afirmando que pretende colaborar apenas com a campanha de reeleição do mandatário.
Segundo Haddad, a conversa partiu de sua própria iniciativa. O presidente Lula, em declarações anteriores, havia manifestado o desejo de ver o ministro em uma disputa eleitoral, mas reiterou que respeitaria a decisão pessoal de seu auxiliar, destacando que Haddad possui "biografia para decidir seu futuro".
O ministro era cotado por aliados para disputas ao Senado ou ao Governo de São Paulo.
Cenário fiscal e sucessão
Mesmo próximo de sua saída, o ministro ressaltou que as contas públicas seguem exigindo atenção rigorosa.
Haddad defendeu a manutenção da arquitetura do arcabouço fiscal (regime de controle de gastos), embora tenha admitido que ajustes de parâmetros podem ser necessários.
Para o futuro da economia, o titular da Fazenda pontuou:
- O governo que assumir em 2027 precisará aprimorar normas fiscais;
- Reformas adicionais serão essenciais para garantir a sustentabilidade dos gastos;
- As contas de 2026 estão em patamar confortável após o corte de benefícios tributários aprovado pelo Congresso Nacional;
- O ministro posicionou-se contra a criação de um teto para a dívida pública, classificando a medida como inexequível.
Relação com o Banco Central
Sobre a condução da política monetária, Fernando Haddad afirmou que a harmonia entre as políticas fiscal e monetária tem sido um objetivo desde o início de sua gestão.
Embora tenha dito que nunca divergiu do Banco Central (BC) sobre a direção dos juros, admitiu discordâncias pontuais sobre a "dose" das taxas.
O ministro elogiou a atuação inicial de Gabriel Galípolo à frente da autarquia, afirmando que o choque de juros foi necessário para reancorar as expectativas de inflação herdadas de gestões anteriores.
📊 Atualmente, a
taxa Selic encontra-se em 15% ao ano,
o maior nível em quase duas décadas. Haddad expressou preocupação com a desaceleração da atividade econômica em decorrência do aperto monetário restritivo.