Google (GOGL34) paga R$ 8,5 bi e reativa usina nuclear para turbinar a IA; entenda

Big tech busca alternativa limpa para manter data centers e servidores de IA.

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Publicado em 28/10/2025 às 17:44h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 28/10/2025 às 17:44h Atualizado 10 horas atrás por Wesley Santana
Usina nuclear parou de funcionar em 2020, mas deve voltar a operar em 2029 (Imagem: Shutterstock)
Usina nuclear parou de funcionar em 2020, mas deve voltar a operar em 2029 (Imagem: Shutterstock)

Nesta semana, a NextEra Energy (NEXT34) informou ao mercado um acordo bilionário com o Google (GOGL34). A big tech vai pagar US$ 1,6 bilhão (equivalente a R$ 8,5 bi) para reativar uma usina nuclear nos Estados Unidos.

O espaço em questão é o Duane Arnold Energy Center, localizado no estado de Iowa, e estava fechado desde 2020, depois de funcionar por 45 anos. A ideia é usar a infraestrutura do local para suprir a demanda de energia que a empresa tem com projetos de inteligência artificial.

“Uma vez operacional, o Google comprará energia da usina de 615 MW como uma fonte de energia sem carbono 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ajudar a alimentar a crescente infraestrutura de nuvem e IA do Google em Iowa, ao mesmo tempo em que fortalece a confiabilidade da rede local”, diz nota das companhias.

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O contrato assinado entre as duas partes prevê uma parceria de 25 anos, com início do funcionamento marcado para 2029.

O Google não é a primeira big tech a assinar um acordo nesse formato, já que a Microsoft (MSFT34) fez algo parecido em 2023. A companhia de Bill Gates recorreu à Constellation Energy para reativar uma usina na Pensilvânia, marcada para voltar a funcionar em 2028.

Os contratos surgem no mesmo momento em que diversos países batem recordes históricos no consumo de energia elétrica. Os próprios EUA, no ano passado, registraram o maior gasto com energia da história.

A energia nuclear tem se mostrado uma importante fonte para a área de IA, dada a sua baixa emissão de carbono. Além disso, é uma maneira de tentar separar os servidores de IA das redes domésticas de energia elétrica.

"A parceria serve como modelo para os investimentos necessários em todo o país para ampliar a capacidade energética e fornecer energia limpa e confiável, sem comprometer a acessibilidade e com geração de empregos que impulsionarão a economia movida por IA”, disse Ruth Porat, presidente e diretora de investimentos da Alphabet e do Google.

E o meio ambiente?

Entre os ambientalistas, já não há dúvidas de que o crescimento no consumo de energia elétrica é uma preocupação desta era. Isso acelera a emissão de gases de efeito estufa e, no fim, contribui para as mudanças climáticas.

Recentemente, o Google teve problemas no estado de Indiana, depois de tentar implantar um novo data center na região e ser acusado pela população de usar os recursos locais. Por isso, as empresas têm feito escolhas mais seletivas de estados que sejam mais abertos a essas questões. Iowa é um deles, já que o governo não apresenta restrições a esses projetos.