Fraude do INSS: Banco Master é investigado pelo MP por irregularidades em consignados

Órgão destaca alto volume de crédito concedido desde 2023, o que levanta suspeitas.

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Publicado em 14/08/2025 às 17:05h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 14/08/2025 às 17:05h Atualizado 10 horas atrás por Wesley Santana
Ativos do Banco Master estão na lista de venda que foi barrada pela Justiça (Imagem: Divulgação)

O Ministério Público do Distrito Federal e o INSS abriram uma ação para investigar o Banco Master por irregularidades na concessão de empréstimos consignados. A instituição financeira também foi incluída no rol de denúncias que apuram descontos indevidos e sem autorização na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

Segundo informações do Valor Econômico, o pedido de investigação foi protocolado no último dia 14 de agosto e está na fase de procedimento preparatório. Isto é, ainda não ocorreu uma abertura formal de inquérito civil.

A procuradoria afirma que chamou a atenção o alto nível de empréstimos consignados feitos pela instituição financeira nos últimos anos, em um volume que chega a R$ 300 milhões. Segundo o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, responsável pelo caso no Ministério Público Federal, a cifra estaria fora da curva do que se é visto em média no mercado.

"Entre os bancos concedentes dos créditos consignados obtidos de forma fraudulenta, tem-se, em destaque, o Banco Master", afirmou a procuradoria em ofício. “[O conjunto de elementos] "impõe a apuração de possíveis fraudes na concessão de créditos consignados”, diz o documento.

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O MP ainda cita o cartão de benefícios Credcesta, que oferece consignado para servidores, aposentados e pensionistas. Além disso, casos anteriores teriam acendido o alerta do MP em relação ao Master.

Por meio de nota à imprensa, o banco destacou que o produto consignado foi bem executado para evitar erros ou problemas. Também disse que o salto no montante contratado é razoável dada a regulamentação de 2023 que o tornou líder no mercado de cartões de benefícios.

Ao Valor, o banco também afirmou que não recebeu nenhum pedido de informação dos órgão, mas deve responder tecnicamente caso seja solicitado.

Compra barrada

Há seis meses, o Master tem sido alvo de manchetes dado o processo de venda de seu capital para o BRB. Atualmente, o processo passa pela fase de análise de compra, com espera pela aprovação do Banco Central.

Nesta quarta, a Justiça do DF barrou a compra, impedindo que qualquer contrato de compra e venda seja assinado pelas duas partes. Os magistrados afirmam que o processo só pode continuar depois de passar pelo crivo dos deputados distritais e dos acionistas do próprio banco.

"A decisão, contudo, autoriza a continuidade dos atos preparatórios necessários à operação. O BRB reitera que a transação permanece condicionada ao cumprimento de etapas e aprovações regulatórias e reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições competentes", informou a estatal por meio de nota.