"Ficamos peixe pequeno", diz primeira empresa a migrar de Nasdaq para B3

Vitru chega à bolsa brasileira na segunda (13) sob ticker VTRU3

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Publicado em 08/06/2024 às 19:06h - Atualizado 4 meses atrás Publicado em 08/06/2024 às 19:06h Atualizado 4 meses atrás por Wesley Santana
Vitru é controladora das marcas  controladora das marcas Uniasselvi e UniCesumar. Foto: Divulgação

✈️ A bolsa de valores brasileira recebe na próxima semana um feito inédito. Pela primeira vez, uma empresa vai migrar de Nasdaq para a B3.

Se trata da Vitru Educação –que usará o ticker VTRU3- e passa a negociar suas ações já nesta segunda-feira (13). A companhia abriu seu capital em 2020 nos Estados Unidos, quando levantou US$ 350 milhões.

De malas prontas, o CEO William Matos disse ao Valor que não se trata de arrependimento de ter feito a operação no exterior, mas de uma mudança no mercado.

 “Não nos arrependemos de ter feito IPO na Nasdaq. Mas o mercado mudou, ficamos peixe pequeno diante de tantos tubarões na bolsa americana. Agora, com a repatriação, vamos acessar um leque maior de investidores que tinham dificuldade de se enquadrar às regras americanas. Por outro lado, os fundos estrangeiros podem continuar investindo na companhia”, destacou à reportagem.

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O movimento de mudança vem se consolidando há alguns meses, com desfecho no mês passado, quando a vertical brasileira incorporou a norte-americana. A operação também agrupou as ações ordinárias, aumentou o capital social da companhia e a aprovou emissão de bônus de subscrição.

A Vitru é uma empresa do ramo de educação à distância, controladora das marcas Uniasselvi e UniCesumar. A empresa afirma contar com mais de 8 mil cursos de graduação, pós-graduação e profissionalizantes, além de 900 mil alunos pelo país.

O desembarque na B3 acontece em um momento tumultuado em que o governo federal começa a fiscalizar mais o ensino EAD. Recentemente, o MEC (Ministério da Educação) publicou uma portaria determinando que alguns cursos -sobretudo os da área de educação- tenham o mínimo de 50% conteúdo presencial.

Com a mudança, as ações em circulação continuam totalizando quase um quarto da companhia, sendo que outros 21,5% estão nas mãos da família fundadora Matos. O restante está dividendo entre fundos de investimentos que apostaram na tese da empresa.