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Em relatório divulgado nesta segunda-feira (2), a Kinea destacou que tem posição vendida para a bolsa brasileira. A gestora subsidiária do Itaú pontuou que o cenário fiscal aparece como um dos motivos para esse afastamento.
🗣 “Uma taxa Selic a esses níveis pode trazer novamente o fantasma do problema fiscal estrutural brasileiro, em que um primário com déficit em torno de 1% e o elevado nível de juros reais pressionam o crescimento da relação dívida/PIB, fazendo com que a política monetária perca potência”, disse, por meio de carta enviada aos investidores.
A gestora, que tem uma estratégia multimercado, pontuou que a bolsa doméstica perde relevância considerando que há desvalorização de ativos, motivadas pela alta dos juros e o recuo fiscal. No entanto, afirmou manter algumas poucas posições no mercado de juros, mesmo sem detalhar quais seriam elas.
“Dentro deste cenário, permanecemos vendidos na bolsa brasileira, considerando que existem melhores oportunidades no exterior. Na atual precificação da curva de juros preferimos manter apenas pequenas posições táticas, reconhecendo as incertezas atuais”, diz o relatório.
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Os analistas também fizeram suas considerações sobre o pacote de corte de gastos divulgado pelo Planalto na semana passada.
“Embora as medidas do pacote sejam na direção correta de cumprir o arcabouço fiscal, mais uma vez o governo falha em ancorar as expectativas. Mais pautado em pente-fino, e com poucas medidas estruturais, o ajuste de despesas estimado pelo governo em R$ 70 bilhões em 2 anos na prática deve gerar uma economia bem menor”, concluem os analistas.
A Kinea também atualizou como está seu portfólio de investimentos em empresas neste final de 2024. Entre as nacionais, a companhia está comprada em Itausa, Embraer, Weg, Petrobras, Equatorial, Direcional, Cury, Vivara, Marcopolo e Mercado Livre.
No exterior, está aproveitando da alta acentuada das empresas de tecnologia, com investimentos em Apple e Nvidia, por exemplo. Na linha do consumo, aposta em KraftHeinz, Pepsico e General Mills.
💰 A Kinea é uma das principais gestoras de investimentos do país, com aplicações nas diversas modalidades do mercado financeiro, com R$ 132 bilhões de ativos sob gestão. A empresa acabou de levar um fundo de R$ 400 milhões para crédito em infraestrutura com o objetivo de investir em debentures.
Segundo os gestores, a oferta-base era de R$ 320 milhões, mas a demanda ultrapassou o previsto pela Kinea. Eles apostaram em uma estratégia de investir em projetos mais antigos, o que pode reduzir o risco do fundo, conforme destacou Fábio Massao, co-gestor do fundo, ao Brazil Journal.
“Tem esse nicho de mercado que está mal atendido e que vimos a oportunidade de entrar”, comentou. “Nosso fundo opera apenas com dívida e no andar mais seguro dela, que é o nível dos projetos, com pacotes de garantias muito robustos”, completou.
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