Ex-contador do Itaú fecha acordo para pagar R$ 2,5 mi ao banco

Ele já havia ressarcimento o banco em mais de R$ 1,5 mi

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Publicado em 02/06/2025 às 17:12h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 02/06/2025 às 17:12h Atualizado 1 dia atrás por Wesley Santana
Itaú é o banco mais valioso da América Latina (Imagem: Shutterstock)

Na última sexta-feira (30), o contador Eliseu Martins anunciou o primeiro passo para encerrar a disputa judicial aberta pelo Itaú (ITUB4) contra ele. Ex-funcionário do banco, Martins vai pagar R$ 2,5 milhões ao banco para tirar o caso da Justiça.

💸 O processo em questão foi aberto pelo Itaú há alguns meses, depois de descobrir uma sociedade que o contador mantinha com o então diretor financeiro da instituição financeira. No acordo entre eles, Eliseu ficaria com 60% dos serviços prestados, enquanto Alexsandro Broedel lhe daria preferência e ficaria com os outros 40%.

Segundo o banco, esse tipo de acordo fere os princípios de governança. O caso só foi descoberto depois que Broedel deixou o Itaú, no fim do ano passado, quando encerrou um contrato de 12 anos de serviço.

"Eliseu afirma que desconhece quem aprovava e liberava os pagamentos no sistema do Itaú em relação aos serviços por ele prestados. Igualmente desconhece o sistema de governança interna do Itaú, inclusive no que se refere a Alexsandro Broedel Lopes, que o havia informado que tanto a sociedade de fato, quanto a sociedade de direito, eram de conhecimento da instituição financeira", escreveram os advogados de Martins em documento publicado na sexta.

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Em entrevista à Folha de SP, Martins destacou que preferiu assinar o acordo para encerrar o assunto. Aos 80 anos, ele afirma ser injusto ter seus filhos envolvidos no caso.

Ele ainda lembrou que já fez um ressarcimento anterior ao banco, por causa de pareceres contratados e que não foram realizados. O último pagamento teria sido realizado no meio do ano passado.

"Entreguei o primeiro em junho, e em julho o Broedel saiu do banco, e o banco não pediu mais. Por isso, desde há uns oito meses fui o primeiro a dizer que tinha que devolver. Esse de fato foi valor recebido e o serviço não foi prestado. Por isso devolvi. Mas já faz um certo tempo que o fiz", comentou.

Palavras diferentes

🗣 No documento entregue à Justiça na última semana, o contador assumiu que mantinha uma “sociedade de fato” com o ex-CFO do Itaú.

⁠"Atuei em sociedade de fato, não de direito, para prestação de serviços de elaboração de pareceres contábeis e consultorias com o Sr. Alexsandro Broedel Lopes, decorrente de longo relacionamento profissional, acadêmico e serviços prestados para diversas companhias, entre elas o Itaú. O critério estabelecido para a divisão dos honorários era o seguinte: 40% para Alexsandro Broedel e 60% para mim, independentemente de quem fosse a empresa contratante", disse ele.

No entanto, Alexsandro mantém sua defesa de que as acusações não têm fundamento e que os documentos foram contratados antes de sua chegada ao banco. Broedel agora vive na Espanha, onde deve assumir uma posição no escritório global do Santander.