Itaú (ITUB4) é processado por demissões no home office
Sindicato dos Bancários anunciou ação coletiva e ação por danos morais contra o banco.
Na última sexta-feira (30), o contador Eliseu Martins anunciou o primeiro passo para encerrar a disputa judicial aberta pelo Itaú (ITUB4) contra ele. Ex-funcionário do banco, Martins vai pagar R$ 2,5 milhões ao banco para tirar o caso da Justiça.
💸 O processo em questão foi aberto pelo Itaú há alguns meses, depois de descobrir uma sociedade que o contador mantinha com o então diretor financeiro da instituição financeira. No acordo entre eles, Eliseu ficaria com 60% dos serviços prestados, enquanto Alexsandro Broedel lhe daria preferência e ficaria com os outros 40%.
Segundo o banco, esse tipo de acordo fere os princípios de governança. O caso só foi descoberto depois que Broedel deixou o Itaú, no fim do ano passado, quando encerrou um contrato de 12 anos de serviço.
"Eliseu afirma que desconhece quem aprovava e liberava os pagamentos no sistema do Itaú em relação aos serviços por ele prestados. Igualmente desconhece o sistema de governança interna do Itaú, inclusive no que se refere a Alexsandro Broedel Lopes, que o havia informado que tanto a sociedade de fato, quanto a sociedade de direito, eram de conhecimento da instituição financeira", escreveram os advogados de Martins em documento publicado na sexta.
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Em entrevista à Folha de SP, Martins destacou que preferiu assinar o acordo para encerrar o assunto. Aos 80 anos, ele afirma ser injusto ter seus filhos envolvidos no caso.
Ele ainda lembrou que já fez um ressarcimento anterior ao banco, por causa de pareceres contratados e que não foram realizados. O último pagamento teria sido realizado no meio do ano passado.
"Entreguei o primeiro em junho, e em julho o Broedel saiu do banco, e o banco não pediu mais. Por isso, desde há uns oito meses fui o primeiro a dizer que tinha que devolver. Esse de fato foi valor recebido e o serviço não foi prestado. Por isso devolvi. Mas já faz um certo tempo que o fiz", comentou.
🗣 No documento entregue à Justiça na última semana, o contador assumiu que mantinha uma “sociedade de fato” com o ex-CFO do Itaú.
"Atuei em sociedade de fato, não de direito, para prestação de serviços de elaboração de pareceres contábeis e consultorias com o Sr. Alexsandro Broedel Lopes, decorrente de longo relacionamento profissional, acadêmico e serviços prestados para diversas companhias, entre elas o Itaú. O critério estabelecido para a divisão dos honorários era o seguinte: 40% para Alexsandro Broedel e 60% para mim, independentemente de quem fosse a empresa contratante", disse ele.
No entanto, Alexsandro mantém sua defesa de que as acusações não têm fundamento e que os documentos foram contratados antes de sua chegada ao banco. Broedel agora vive na Espanha, onde deve assumir uma posição no escritório global do Santander.
Sindicato dos Bancários anunciou ação coletiva e ação por danos morais contra o banco.
Segundo o banco, corte é fruto de "revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto".