EUA veem pedidos de falências no seu maior nível em mais de 15 anos

Solicitações de grandes empresas são as que mais chamam atenção

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Publicado em 11/04/2025 às 11:42h - Atualizado 7 dias atrás Publicado em 11/04/2025 às 11:42h Atualizado 7 dias atrás por Wesley Santana
Forever 21 foi uma das empresas que pediram falência em 2024 (Imagem: Shutterstock)

O mercado corporativo dos Estados Unidos viu um número de pedidos de falência no nível mais alto em mais de 15 anos apenas em 2025. Os dados são da S&P Global Market Intelligence, que mapeou todas as solicitações registradas nos primeiros três meses do ano. 

⚖ Ao todo, a Justiça dos EUA viu o número de falências alcançar a faixa de 188 só contando as grandes empresas. O período só fica atrás do primeiro trimestre de 2010, quando 254 solicitações foram realizadas. 

O dado ainda contrasta com o intervalo entre janeiro e março do ano passado, em que 139 pedidos de falências foram protocolados. As solicitações desde o começo do ano, portanto, são as maiores desta década, mostram informações da plataforma. 

“Houve 32 pedidos de falência entre empresas industriais nos primeiros três meses do ano, mais do que em qualquer outro setor. O setor de consumo discricionário seguiu com 24 falências até março”, destaca o relatório.

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Tiveram vários casos emblemáticos, mas dois principais se destacam porque são de empresas conhecidas mundialmente. O primeiro é a Forever 21, uma loja de departamentos que já vinha lutando há alguns anos para manter seu negócio de pé. 

A companhia -que já teve lojas no Brasil- destacou a competitividade com as plataformas de roupas chinesas, que aceleraram o processo de estagnação dos negócios. “Não conseguimos encontrar um caminho sustentável para o futuro, dada a concorrência de empresas estrangeiras de fast fashion… bem como o aumento dos custos, os desafios econômicos que impactam nossos principais clientes e as tendências de consumo em evolução”, disse comunicado. 

O segundo caso é da empresa de testes genéticos 23andMe que amargou um resultado negativo na bolsa até chegar ao pedido de falência. “[A decisão foi tomada] para facilitar um processo de venda para maximizar o valor do seu negócio”, destacou Mark Jensen, presidente do conselho de administração da empresa.

Na análise da S&P, os pedidos de falência não devem diminuir ou ao menos se estabilizar nos próximos trimestres, a curto prazo. "As empresas, particularmente aquelas com balanços patrimoniais mais fracos, continuam a enfrentar desafios à medida que a dívida vence e precisa ser refinanciada a taxas de juros mais altas do que no momento da emissão", disse a S&P.