EUA impõem tarifa de 50% sobre aço e alumínio: Uma empresa da B3 sai ganhando

Trump dobrou a tarifa anunciada em fevereiro para proteger a indústria americana.

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Publicado em 04/06/2025 às 09:04h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 04/06/2025 às 09:04h Atualizado 1 dia atrás por Marina Barbosa
Gerdau tem fábricas nos EUA, por isso é menos afetada pelas tarifas (Imagem: Shutterstock)

Os Estados Unidos dobraram as tarifas sobre a importação de aço de alumínio, de 25% para 50%, nesta quarta-feira (4).

💲 A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump como uma forma de proteger a indústria americana e pode afetar as exportações das siderúrgicas brasileiras.

Na avaliação de Trump, as tarifas de 25% impostas em fevereiro ajudaram a controlar os preços no mercado americano. Contudo, ainda não permitiram que as siderúrgicas americanas alcançassem "as taxas de utilização da capacidade produtiva necessárias para a saúde sustentada das indústrias e para as necessidades projetadas de defesa nacional".

O republicano acredita, então, que a nova tarifa de 50% "combaterá de forma mais eficaz os países estrangeiros que continuam a vender aço e alumínio excedentes e de baixo custo no mercado dos Estados Unidos, prejudicando assim a competitividade das indústrias de aço e alumínio dos Estados Unidos".4

Impacto para as empresas brasileiras

📉 O Brasil será diretamente impactado pelo tarifaço, pois é o segundo maior fornecedor de aço dos Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), só a tarifa inicial de 25% poderia reduzir em até US$ 1,5 bilhão as exportações das siderúrgicas brasileiras.

A tarifa pode, então, afetar as vendas de algumas das empresas listadas na B3, especialmente Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3). A Vale (VALE3) também pode ser afetada, em menor grau.

Já a Gerdau (GGBR4) é apontada por especialistas como a principal beneficiária da medida na bolsa brasileira, já que tem operações nos Estados Unidos que ficarão livres da taxação.

Segundo o BTG Pactual, 60% do Ebitda da Gerdau já vem das operações mantidas em solo americano. E esses negócios estão "prontos para expandir a lucratividade".

📈 De fato, a Gerdau já havia relatado impactos positivos da tarifa de 25%, como um aumento da carteira de pedidos da divisão americana.

A expectativa, portanto, é de que as operações americanas da companhia não só ampliem as vendas, como também desfrutem de preços mais elevados nos Estados Unidos.

O BTG calcula até que o Ebitda da Gerdau poderia crescer 12% em relação ao seu cenário-base caso os preços do aço subissem 5% nos Estados Unidos.

Diante dessa avaliação, as ações preferenciais da Gerdau já subiram 6,5% na B3 nesta semana.