Empresa da B3 surge como favorita para substituir a Enel em SP; veja quem é

Citi e JP Morgan avaliam impacto regulatório e possíveis compradores.

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Publicado em 17/12/2025 às 18:42h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 17/12/2025 às 18:42h Atualizado 7 horas atrás por Wesley Santana
Energia elétrica de SP tem passado por período de problemas (Imagem: Shutterstuck)
Energia elétrica de SP tem passado por período de problemas (Imagem: Shutterstuck)

A Enel de São Paulo está em um beco quase sem saída. Depois de sucessivos cortes de energia, agora já se fala em perda da concessão da distribuição de eletricidade na cidade de São Paulo e seus arredores.

Caso esse projeto avance, o mercado já tem uma candidata que poderia assumir a concessão da Enel. Segundo relatório publicado pelo Citi, o nome mais provável é o da CPFL (CPFE3), empresa que já opera o mesmo serviço no litoral e no interior de SP.

A concessão da Enel tem prazo para terminar em 2028, mas não se sabe se a empresa poderá continuar até lá. Um esforço da cidade de SP, do governo de SP e da União tem colocado a empresa cada vez mais de escanteio.

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No entanto, o processo de cassação de uma outorga não é fácil e demanda muitos caminhos judiciais, seja da parte da concessionária quanto dos governos. Diante disso, a possibilidade de término da concessão ainda é remota, conforme destacam os analistas dos bancos de investimentos.

“Com a crescente pressão política, investidores veem uma probabilidade cada vez maior de a Enel se desfazer da Enel SP em algum momento. Se isso acontecer, não podemos descartar a possibilidade de a Enel eventualmente optar por vender suas outras concessões (RJ e Ceará)”, escreveu João Pimentel, do Citi.

O assunto também foi tema do relatório do JP Morgan, que destacou que, caso a caducidade avance, esse será o primeiro caso na história do setor de distribuição no país. No entanto, anteriormente, a Enel passou por uma situação parecida em Goiás e, antes de ser levada aos tribunais, decidiu vender seus ativos na região para a Equatorial (EQTL3).

“Entendemos que a decisão surge como uma reação ao mais recente apagão de grandes proporções em São Paulo e, considerando as reações das autoridades e da opinião pública aos apagões anteriores da Enel São Paulo, consideramos altamente improvável que a decisão (pela caducidade) seja alterada”, disseram os analistas do JPMorgan, em nota a clientes.

Já para o UBS BB, outras candidatas seriam a Neoenergia (NEOE3) e Energisa (ENGI11), que chegaram a participar do processo de concorrência em 2018. O banco ressaltou, porém, que o risco regulatório não aumenta só para a Enel, mas também para as outras companhias que atuam no segmento e que agora têm de lidar com maiores pressões sobre o serviço que prestam.