Embraer (EMBR3) entrega 30 aeronaves no 1º trimestre de 2025; alta de 20%
Dentre as aeronaves entregues, 7 foram aviões comerciais e 23 jatos executivos, dando destaque para a aviação executiva.
As ações da Embraer (EMBR3) saltaram na B3 nessa terça-feira (15), diante da notícia de que a China teria ordenado a suspensão dos negócios com a Boeing (BOEI34) em resposta à nova política tarifária dos Estados Unidos.
Questionado sobre o assunto nesta quarta-feira (16), o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Lin Jian, não confirmou o pedido de que as companhias aéreas chinesas suspendessem as compras de aeronaves da Boeing. Contudo, fez elogios à Embraer.
🗣️ "Gostaria de salientar que o Brasil é um importante país da aviação e a China atribui grande importância ao esforço de cooperação prática com o Brasil na área aeroespacial e em outras áreas", afirmou Lin Jian.
E seguiu: "Estamos satisfeitos em ver que as companhias aéreas chinesas realizam uma cooperação relevante com o Brasil, de acordo com os princípios do mercado".
Lin Jian disse ainda que o Brics -grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países emergentes- é uma importante plataforma de cooperação entre esses países e opõe-se à nova política tarifária americana.
"Todos os países do Brics se opõem ao unilateralismo, ao protecionismo e à intimidação econômica e trabalharão juntos para defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC (Organização Mundial do Comércio) e salvaguardar a estabilidade econômica global", declarou.
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✈️ De acordo com o BTG Pactual, projeções da Boeing e da Airbus indicam que a China pode responder por 20% das entregas globais de aeronaves nos próximos 20 anos. Logo, representa uma "excelente oportunidade de mercado para todos os fabricantes de aeronaves".
Há, portanto, uma expectativa de que a Embraer ganhe espaço neste mercado diante da possível suspensão dos negócios entre China e Boeing. Analistas do BTG Pactual destacam, no entanto, que esse ganho não viria no curto prazo.
Em relatório, os analistas explicaram que "aviões não são commodities, que podem ser armazenadas, comercializadas ou substituídas rapidamente, como outros bens envolvidos na escalada da guerra comercial entre EUA e China (por exemplo, grãos)".
As companhias aéreas enfrentam altos custos ao trocar o modelo de suas aeronaves. Por isso, o BTG Pactual acredita que a configuração do mercado aéreo chinês só vai mudar de fato em caso de uma suspensão duradoura das compras da Boeing.
📊 "Inicialmente, acreditamos que a suspensão das importações de aeronaves Boeing por companhias aéreas chinesas terá um impacto insignificante na Embraer se for uma restrição temporária (presumivelmente durante o mandato de Trump, embora sua política tarifária tenha sido errática). Se a suspensão se tornar uma restrição duradoura, remover um fornecedor-chave de um mercado tão vasto como a China poderia representar uma nova fronteira de crescimento para a Embraer", avaliou.
O BTG disse, então, que recomenda a compra das ações da Embraer, mas por causa de outros motivos. Para os analistas, o papel apresenta uma boa relação entre risco e retorno após o tombo sofrido no início da guerra comercial. Além disso, a companhia está bem posicionada e deve apresentar uma melhora gradual dos seus resultados neste ano.
As ações da Embraer operam em queda nesta quarta-feira (16), devolvendo parte dos ganhos registrado na véspera. Às 14h35, caía 1,96% e era negociada por R$ 63,38. Desde o anúncio das "tarifas repúblicas" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o papel recuou 3,80%.
Dentre as aeronaves entregues, 7 foram aviões comerciais e 23 jatos executivos, dando destaque para a aviação executiva.
A iniciativa faz parte de uma estratégia global da Embraer para expandir suas operações e buscar novos fornecedores e parceiros.