Em novo recuo, Trump cancela tarifa de 10% sobre celulose brasileira; Suzano (SUZB3) se beneficia

Material passa a fazer parte da lista de isenções publicada pela Casa Branca depois do tarifaço

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Publicado em 10/09/2025 às 18:20h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 10/09/2025 às 18:20h Atualizado 9 horas atrás por Wesley Santana
Suzano é a maior exportadora de celulose do país (Imagem: Shutterstock)

Nesta semana, a equipe do presidente Donald Trump recuou mais uma vez em relação às tarifas aplicadas ao Brasil. Desta vez, a Casa Branca retirou o imposto de importação de 10% que incidia sobre a celulose que chegava do Brasil nos Estados Unidos.

Agora, o material faz parte da extensa lista de produtos que ficaram isentos dos 50% aplicados aos produtos tupiniquins. Em ordem assinada pelo presidente, ficou definido que as categorias de celulose classificadas como SH4 4703: 4703.11.00, 4703.21.00 e 4703.29.00 fazem parte da lista de isenções.

Os produtos citados no documento representam quase 90% de toda a celulose que é exportada pelo Brasil, conforme informações da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). Esse material serve para a produção de itens como papéis, fraldas, papel higiênico e lenços umedecidos.

Outros tipos de celulose, como as usadas para painéis de madeira, no entanto, seguem com o maior patamar da taxa de importação, de 50%. Essa é a soma da tarifa básica de 10% sobre todas as exportações, mais 40% de retaliação sobre uma suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado.

Em entrevista ao Valor, o economista Rafael Barisauskas, da Fastmarkets, destacou que a novidade é importante tanto para o lado brasileiro como para o norte-americano. “O Brasil é um importante fornecedor de celulose de fibra curta para os EUA e, naturalmente, taxar o setor significa colocar uma pressão adicional sobre os custos produtivos da indústria americana”, afirma.

A Suzano (SUZB3) é uma das empresas mais favorecidas pela mudança, já que quase 20% das suas exportações são enviadas para os EUA. Mesmo com a retirada do imposto, as ações da companhia fecharam em queda de 2% nesta quarta-feira (10), cotadas em R$ 50,80.

Tarifaço em análise

Enquanto a maioria das importações dos EUA já sofrem taxação, a Suprema Corte do país decidiu avaliar se o presidente Trump tem prerrogativa para isso. A instância máxima do Poder Judiciário foi acionada depois que a Corte de Apelações decidiu que a maior parte das tarifas aplicadas pelo presidente são ilegais.

“Se essas tarifas forem eliminadas, seria um desastre total para o país”, escreveu Trump por meio das redes sociais. “Os EUA não tolerarão mais enormes déficits comerciais e tarifas injustas, além de barreiras comerciais não tarifárias impostas por outros países — amigos ou inimigos — que prejudicam nossos fabricantes, agricultores e todos os demais.”