Eletrobras (ELET3): Greve atinge 80% dos funcionários

A empresa tem tomado várias medidas para cortar custos e se recusa a participar de uma mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Author
Publicado em 11/06/2024 às 14:35h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 11/06/2024 às 14:35h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues
Funcionários da Eletrobras Holding e da Eletropar estão apoiando a greve.

📊 Com a necessidade de ajustar os custos com pessoal após a desestatização realizada há dois anos, a Eletrobras (ELET3) está enfrentando resistência significativa de seus trabalhadores, resultando na paralisação de cerca de 80% de sua força de trabalho.

A empresa tem tomado várias medidas para cortar custos e se recusa a participar de uma mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para resolver a greve.

A paralisação afeta subsidiárias como Furnas, Eletrosul, Eletronorte e Chesf. Na Eletronorte, 10 das 11 bases estão em greve, e na Chesf, a sede em Recife também suspenderá atividades a partir de sexta-feira (14).

Funcionários da Eletrobras Holding e da Eletropar estão apoiando a greve.

Apesar da paralisação, os operadores continuarão a trabalhar, mas em plantões dobrados de 24 horas, o que preocupa a diretoria devido ao aumento dos riscos operacionais.

A greve resulta da insatisfação com a proposta de reajuste salarial da empresa, que inicialmente previa cortes de 12,5% a 10% para salários abaixo de R$ 16 mil.

A proposta foi ajustada para aplicar cortes apenas para quem ganha acima desse valor, incluindo compensações para aqueles que aceitarem a redução salarial.

📉 A Eletrobras também propôs congelar parte dos salários até 2026, oferecendo reajuste apenas para quem ganha menos de R$ 6 mil e um abono salarial em 2024 e 2025.

Adicionalmente, se um funcionário for demitido sem justa causa até abril de 2025, ele receberá as verbas rescisórias normais mais o valor correspondente ao tempo até essa data.

Considerando os serviços essenciais de geração e transmissão operados pela Eletrobras, a empresa deve apresentar alguma iniciativa para trazer as partes de volta à mesa de negociação.

Segundo analistas da Levante, desde que a operação das linhas de transmissão e das hidrelétricas não seja materialmente afetada pela paralisação, o movimento não deve produzir efeitos negativos relevantes nos resultados da Eletrobras a curto prazo.

A remuneração dos ativos de transmissão é feita pela disponibilidade das linhas, enquanto as receitas com geração das hidrelétricas estão diretamente ligadas à venda de energia no mercado regulado e livre.

Na véspera, a Eletrobras anunciou a venda de seu portfólio termelétrico para a Âmbar por R$4,7 bilhões.