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Após uma disparada que levou o dólar a superar os R$ 6,00 em 2024 — o maior valor nominal da história —, a moeda americana recuou mais de 11% no primeiro semestre de 2025, voltando a operar abaixo de R$ 5,50.
A valorização recente do real tem sido sustentada por fatores como o enfraquecimento global do dólar e a manutenção da Selic em 15% ao ano, o que atrai capital estrangeiro por meio do carry trade.
Segundo analistas de instituições como BTG Pactual (BPAC11), Itaú Unibanco (ITUB4), Banco BV e MCM 4intelligence, há espaço para a cotação do dólar recuar ainda mais, atingindo R$ 5,40 no curto prazo.
No entanto, a fragilidade fiscal do Brasil, especialmente em relação à meta de superávit primário de 0,25% do PIB em 2026, pode limitar esse movimento de queda e trazer volatilidade no segundo semestre.
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, já caiu mais de 10% em 2025, refletindo a preocupação com o cenário econômico dos Estados Unidos, especialmente após a retomada da guerra tarifária promovida pelo presidente Donald Trump.
Além disso, o mercado acredita em cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano, o que reduz a atratividade da moeda americana e fortalece moedas emergentes como o real.
A redução da tensão geopolítica no Oriente Médio também colabora com o ambiente favorável aos ativos de risco.
A expectativa de uma queda mais prolongada do dólar levou casas como o BTG Pactual a reduzir a projeção para o fim de 2025 de R$ 6,00 para R$ 5,50, enquanto o Itaú Unibanco ajustou sua estimativa de R$ 5,75 para R$ 5,65.
A MCM 4intelligence também cortou sua previsão, de R$ 5,80 para R$ 5,70.
Mesmo com os cortes, os analistas mantêm cautela quanto ao segundo semestre, projetando que o dólar possa voltar a subir devido ao aumento das incertezas fiscais e políticas.
O debate sobre o IOF, que envolveu derrotas do governo no Congresso, acendeu novamente os alertas sobre o compromisso do Executivo com o equilíbrio fiscal.
A rejeição de medidas de ajuste tributário pode sinalizar dificuldades para cumprir a meta fiscal de 2026, aumentando o risco de deterioração da confiança dos investidores.
O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, alerta para o “aumento do risco soberano” do Brasil e afirma que o mercado ainda não precificou o impacto da trajetória de crescimento da dívida pública.
Segundo ele, o real tende a se enfraquecer novamente caso a situação fiscal continue sem correções estruturais.
O cenário político também começa a influenciar as projeções cambiais. O economista Daniel Miraglia, do Integral Group, aponta que a perda de popularidade do governo Lula e o fortalecimento da oposição no Congresso podem sinalizar uma transição de governo favorável ao mercado, o que ajuda a sustentar o real.
“Parte do mercado viu a derrota do governo na questão do IOF como um indicativo de que Lula pode não se reeleger. Isso, somado à resistência do Congresso em aprovar aumento de impostos, pressiona o Executivo a conter gastos — algo positivo para os ativos locais”, afirma Miraglia.
Embora o dólar possa recuar a R$ 5,40 no curto prazo, a maioria dos analistas acredita que o segundo semestre será marcado por volatilidade cambial, com possível retomada da valorização da moeda americana caso o ambiente fiscal piore.
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