Dois fatores que explicam a baixa de 10% nas ações da Renner (LREN3)

XP retirou posição de compra para varejista de moda

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Publicado em 22/05/2024 às 13:56h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/05/2024 às 13:56h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
Renner tem valor de mercado de quase R$ 13 bilhões. Foto: Shutterstock

Desde o começo do ano, as ações das Lojas Renner (LREN3) acumulam uma baixa de 22%, segundo dados da bolsa de valores. Os papeis até chegaram a performar no positivo por algumas semanas, mas caíram e acentuaram a baixa desde o mês passado causa de dois principais fatores.

🌧️ O primeiro está relacionado à tragédia do Rio Grande do Sul, estado que é berço da varejista de moda. Desta forma, diferente de outras empresas que estão espalhadas pelo país, a Renner sofreu um impacto mais profundo na operação.

Segundo comunicado da própria companhia, 4% de suas unidades tiveram de ser fechadas por causa das chuvas na região Sul. O CEO Fábio Faccio chegou a afirmar que os resultados do segundo trimestre devem ser impactados pelos eventos climáticos.

Acrescido a isso, está o corte mais tímido na taxa básica de juros, decisão do Copom (Comite de Política Monetária) publicada no último dia 9 de maio. A redução 0,25 ponto percentual representa metade do índice que o órgão vinha praticando há alguns meses, projetando uma queda na inflação oficial.

Isso acendeu um alerta no mercado, sobretudo para a ações de companhias do varejo, pois impacta diretamente o custo da dívida dessas empresas. Segundo cálculo do Estadão, cada ponto a menos na Selic representa R$ 150 milhões positivos nos balanços financeiros.

👚 Leia mais: Lucro da Lojas Renner (LREN3) cresce quase 200% no 1T24

XP reduz Renner

Nesta terça-feira (22), a XP Investimentos (XPBR31) baixou sua recomendação de compra para neutro em Renner, atualizando o preço-alvo para R$ 18. Mesmo assim, o novo valor representa um avanço superior a 20% da cotação atual, que é de R$ 13,30.

Segundo a corretora, apesar da tragédia no RS, outro ponto que chama a atenção é a diminuição nas vendas de roupas de inverno, categoria em que as varejistas de mundo costumam ter maiores margens de lucro.

“Olhando para frente, as previsões continuam apontando uma alta probabilidade de temperaturas acima da média em junho e julho, o que representa um risco para as vendas do Dia dos Namorados,” escreveram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.

A XP afirma que a companhia continua tendo um bom preço, mas que não vê um bom momento para ela nem o setor.