'Deus me livre de mulher CEO', disse Tallis Gomes, da Easy Taxi e G4 Educação

Repercussão da fala fez com que executivo se retratasse

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Publicado em 19/09/2024 às 14:40h - Atualizado Agora Publicado em 19/09/2024 às 14:40h Atualizado Agora por Wesley Santana
Essa não é a primeira polêmica de Tallis Gomes (Imagem: Divulgação/G4 Educação)

🗣 Fundador da Easy Taxi e da G4 Educação, Tallis Gomes fez uma afirmação no mínimo controvérsia nesta semana. Em post nas redes sociais, ele afirmou: “Deus me livre de mulher CEO”, em resposta a um usuário.

O comentário foi feito em resposta a um usuário que questionou se ele seria noivo de uma mulher CEO de uma grande empresa. “Na média, essa (sic) não é o melhor uso da energia feminina. A mulher tem o monopólio do poder de construir um lar e ser base de uma família”, respondeu Tallis, já eleito como um dos jovens mais influentes do mundo dos negócios pela Forbes e MIT.

O texto, que falava sobre a diferença dos homens e mulheres na liderança, logo ganhou repercussão, com diversas executivos -homens e mulheres- fazendo suas considerações sobre o assunto.

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"Em pleno 2024 ainda existe essa mentalidade retrógrada?", questionou Richard Uchoa, CEO da Revvo". O que ele minimiza é a capacidade de uma mulher de “aguentar” tamanha pressão e stress em uma cadeira como a dele", avaliou Ana Beatriz Garcia, do Instituto de Tecnologia e Liderança.

Já Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luíza (MGLU3), citou uma parceria que a varejista tem com a G4 Educação e disse que não concorda em nada com o posicionamento do sócio da empresa. "De uma coisa é certa: nós, mulheres, podemos ser aquilo que queremos e optamos ser. Às mulheres, peço que não deixem que posicionamentos como esse abalem seus desejos e opções", escreveu.

Com a repercussão negativa, Gomes fez uma série de posts dizendo que teria sido mal interpretado em sua colocação inicial. Ele também disse que a CFO da G4 Educação é mulher e lançou um “desafio” para que seus seguidores encontrassem outras 1 mil empresas como a dele que tivessem uma mulher no cargo.

"Reconheço que minhas palavras foram mal colocadas e que os termos utilizados não refletiram meus valores pessoais nem os da minha empresa, o G4 Educação. Estou profundamente arrependido e gostaria de reiterar minhas sinceras desculpas a todos que se sentiram ofendidos”, escreveu ele.

Segundo dados da Organização Mundial do Trabalho, a taxa global de participação das mulheres no mercado de trabalho é inferior à dos homens. Além disso, as mulheres recebem, em média, 20,7% menos que os homens ocupando o mesmo cargo.

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é uma prática que deve ser combatida pelos governos e empresas, inclusive é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.