Despedida na B3: Saiba qual é a próxima empresa que pode dar tchau à Bolsa

A empresa, que estreou na B3 em 2017 ainda sob o nome de Ômega Energia, se prepara para encerrar seu ciclo como companhia aberta.

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Publicado em 03/10/2025 às 19:40h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 03/10/2025 às 19:40h Atualizado 7 horas atrás por Matheus Silva
O leilão que formaliza a operação está marcado para o dia 4 de novembro de 2025 (Imagem: Shutterstock)
O leilão que formaliza a operação está marcado para o dia 4 de novembro de 2025 (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Serena Energia (SRNA3) confirmou nesta sexta-feira (31) os detalhes de sua Oferta Pública de Aquisição (OPA), passo decisivo para retirar suas ações da B3 (B3SA3)

O preço foi definido em R$ 11,74 por ação, conforme documento enviado ao mercado.

O leilão que formaliza a operação está marcado para o dia 4 de novembro de 2025, às 15h, na própria bolsa brasileira.

A empresa, que estreou na B3 em 2017 ainda sob o nome de Ômega Energia, se prepara para encerrar seu ciclo como companhia aberta e dar adeus ao mercado acionário.

Como funciona a OPA da Serena

O processo de fechamento de capital exige que, no leilão, ou por manifestação expressa, mais de dois terços dos acionistas minoritários concordem com a operação. Se o quórum não for alcançado, a ofertante desistirá da proposta e os investidores que aderiram não terão suas ações compradas.

A OPA será conduzida pelas gestoras Actis e GIC, fundo soberano de Cingapura, que em maio já haviam sinalizado a intenção de adquirir o controle da companhia e simplificar sua estrutura societária.

À época, a proposta representava um prêmio de 10% sobre a cotação dos papéis, reforçando a atratividade da oferta para acionistas que buscavam liquidez.

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Motivos por trás do fechamento de capital

De acordo com os envolvidos na operação, a decisão de fechar o capital da Serena busca simplificar a estrutura corporativa e oferecer maior flexibilidade na gestão financeira e operacional.

Essa mudança permitirá que a empresa concentre esforços na expansão, com foco em novos projetos de energia renovável, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

O objetivo é ampliar a capacidade de investimentos em empreendimentos greenfield (novos projetos) e brownfield (expansão de ativos já existentes).

Além disso, a redução da alavancagem reforça a posição financeira da companhia. Depois de registrar uma relação dívida líquida/Ebitda de 6,8 vezes em 2023, a empresa conseguiu reduzir o índice para 4,38 vezes no final de 2024.

O que muda para o investidor

Com a saída da B3, os acionistas minoritários têm duas opções: aceitar a OPA e vender suas ações ao preço ofertado, ou optar por permanecer com os papéis, caso o fechamento não seja confirmado.

No entanto, se o leilão tiver adesão suficiente, a Serena deixará de ser listada e os investidores que não aderirem poderão enfrentar baixa liquidez em eventuais negociações futuras, já que a ação deixaria de ser negociada em bolsa.

A avaliação de especialistas é que a oferta tende a atrair boa parte dos minoritários, dado o prêmio em relação às cotações históricas recentes e o contexto de reorganização da companhia.

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Vale a pena?

O caso da Serena Energia ilustra um movimento cada vez mais comum entre companhias que buscam flexibilidade estratégica - abrir mão do capital aberto para se concentrar em crescimento e eficiência sem a pressão trimestral do mercado acionário.

Para o investidor, trata-se de uma decisão que exige ponderar entre a liquidez imediata da OPA e a incerteza de permanecer acionista de uma empresa que pode deixar de ser listada.

📈 O veredicto, no entanto, só virá em novembro, quando o leilão decidirá o futuro da Serena na B3.