Nesta semana, um dos maiores investidores de todos os tempos decidiu se aposentar de vez. Warren Buffett deixa o comando da Berkshire Hathaway (BERK34), empresa que o fez ocupar a lista dos homens mais ricos do mundo.
A despedida, no entanto, foi resumida em uma carta anual aos investidores, na qual, emocionado, ele lembrou de sua trajetória no mundo dos negócios. Aos 95 anos, ele falou sobre sua carreira, deixou algumas lições de vida e também separou um espaço para comentar sobre seus filhos, amigos e sua ex-esposa, Susan Buffett, já falecida.
“Fico feliz em dizer que me sinto melhor sobre a segunda metade da minha vida do que a primeira. Meu conselho: não se torture por erros passados – aprenda pelo menos um pouco com eles e siga em frente. Nunca é tarde para melhorar. Escolha os heróis certos e os copie. Você pode começar com Tom Murphy: ele foi o melhor”, escreveu.
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Ele também recordou momentos dolorosos da vida, mas que foram necessários para trazê-lo ao lugar que ocupou com tanta maestria nos últimos anos.
“Meus genes não têm sido particularmente favoráveis – o recorde de longevidade da família (admito que os registros familiares ficam um pouco imprecisos à medida que se retrocede no tempo) era de 92 anos até eu nascer. Mas tive médicos sábios, atenciosos e dedicados em Omaha, começando com Harley Hotz e continuando até hoje. Pelo menos três vezes, minha vida foi salva, sempre com médicos a poucos quilômetros de casa”, apontou.
Sem querer parecer pretensioso, ele disse que seu sucesso de vida está atrelado ao fato de ter nascido nos Estados Unidos. Ele entende que o país foi responsável por maximizar suas oportunidades de vida.
“Em muitas regiões densamente povoadas do mundo, eu provavelmente teria tido uma vida miserável e minhas irmãs, uma vida ainda pior. Nasci em 1930, saudável, razoavelmente inteligente, branco, do sexo masculino e nos Estados Unidos. Uau! Obrigado”, disse. “Você, Senhora Sorte. Minhas irmãs tinham a mesma inteligência e personalidades melhores que a minha, mas enfrentaram uma realidade bem diferente. A Senhora Sorte continuou a me visitar durante boa parte da minha vida, mas ela tem coisas melhores para fazer do que trabalhar com pessoas na casa dos 90. A sorte tem seus limites”, brincou.
Embora esteja deixando a principal cadeira da Berkshire, o empresário continuará à frente do conselho de administração da companhia. Obviamente, agora todas as atividades serão reduzidas, mas ele mostra que não tem planos de deixar completamente o mundo corporativo.
“A grandeza não se conquista acumulando grandes quantidades de dinheiro, muita publicidade ou grande poder no governo. Escrevo isto como alguém que já foi insensível inúmeras vezes e cometeu muitos erros, mas que também teve a sorte de aprender com alguns amigos maravilhosos como me comportar melhor (ainda estou longe da perfeição, no entanto). Lembre-se de que a faxineira é tão humana quanto o presidente”, termina.
Nova movimentação bilionária ocorre às vésperas da saída do megainvestidor do comando.
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