Crise dos drones: Europa desconfia da Rússia, enquanto ETFs de defesa sobem 90%

Espaço aéreo da Dinamarca, país do norte europeu que integra a Otan, é violado diversas vezes por drones militares.

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Publicado em 27/09/2025 às 16:41h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 27/09/2025 às 16:41h Atualizado 10 horas atrás por Lucas Simões
Governos europeus desconfiam que a origem dos drones é russa (Imagem: Shutterstock)
Governos europeus desconfiam que a origem dos drones é russa (Imagem: Shutterstock)
O tabuleiro geopolítico anda bastante movimentado neste sábado (27), tendo como epicentro uma "crise dos drones" na Europa, uma vez que o espaço aéreo da Dinamarca tem sido violado diversas vezes por drones militares de origem desconhecida, apesar de governos europeus desconfiarem que a Rússia esteja por trás dos eventos. Enquanto isso, ETFs temáticos disparam na bolsa de valores.
O tensionamento ganhou ainda mais pólvora hoje, quando a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disse que irá reforçar ainda mais a vigilância com novos recursos na região do Mar Báltico, onde os drones têm sido avistados, inclusive chegando bem próximos a uma base militar dinamarquesa.
A Otan, que é uma aliança militar formada entre 30 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França e diversos países europeus, inclusive a própria Dinamarca, tem papel importante no conflito armado entre Ucrânia e Rússia, que pode ter relação com a origem dos drones.
Mesmo que os ucranianos não sejam um membro oficial da Otan, o país comandado por Volodymyr Zelensky é considerado parceiro da aliança militar protagonizada pelos EUA, o que desperta as ambições territoriais do russo Vladimir Putin, um dos principais rivais geopolíticos da Casa Branca.
Por sua vez, o Kremlin nega as acusações dos europeus de serem os responsáveis pelos drones avistados dentro da zona de influência da Otan. O chanceler russo, que cumpre agenda na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, rechaçou qualquer envolvimento de Moscou com a onda de drones sobrevoando aeroportos e bases militares de países da Otan.

Quais ETFs temáticos disparam?

Deixando as questões geopolíticas em segundo plano, existem certos investimentos listados em bolsa de valores que justamente se beneficiam de maiores gastos em defesa dos países ao redor do mundo, desde a indústria bélica tradicional até às empresas de cibersegurança que despontam na fronteira tecnológica.
Para se expor nessa temática, o investidor brasileiro precisa aterrissar na bolsa americana, a qual detém opções de empresas listadas ligadas aos setores aeroespacial e de defesa, bem como um leque de ETFs temáticos.
Justamente, os ETFs ligados a esses setores têm sido os que mais se valorizam ao longo de 2025, deixando bem para trás o desempenho de outros fundos de índices listados em bolsa mais conhecidos dos brasileiros, como Vanguard S&P 500 ETF (VOO) e Invesco QQQ Trust (QQQ).
Conforme apuração do Investidor10, o ETF temático que mais sobe no ano é o Select STOXX Europe Aerospace & Defense ETF (EUAD), com valorização de +89%. Esse investimento aplica o dinheiro dos cotistas em empresas europeias, cuja mais da metade das receitas seja proveniente de equipamentos aeronáuticos, componentes de hardware, softwares de cibersegurança e sistemas eletrônicos, direcionados a fins civis e militares.
Dessa forma, ao comprar cotas do ETF EUAD, os investidores distribuem o seu dinheiro em empresas, como: Airbus (França), Rolls-Royce Holdings (Reino Unido), Rheinmetall (Alemanha), Leonardo (Itália), entre outras companhias europeias, que totalizam 13 ativos.
Outra alternativa na mesa é o Global X Defense Tech ETF (SHLD), que disparou +82% no ano. Esse ETF temático também tem algumas das empresas europeias mencionadas em sua carteira, mas não se restringe ao velho continente, com bastante peso em companhias americanas, como, por exemplo, Palantir (PLTR), RTX Corporation (RTX) e L3Harris Technologies (LHX).
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido US$ 1 mil em Palantir (PLTR) há cinco anos, hoje você teria US$ 18.691,58, já considerando o reinvestimento dos dividendos em dólar. A simulação também aponta que o ETF VOO, que replica o S&P 500, teria retornado US$ 2.080,84 nas mesmas condições.