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O Copom (Comitê de Política Monetária) voltou a elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (19), levando os juros para 14,25% ao ano, o maior patamar em quase 9 anos. Contudo, indicou que vai moderar o ritmo de ajuste da política monetária a partir de agora.
📈O comitê antevê uma nova alta da taxa básica de juros em maio. Contudo, indicou que essa alta não deve chegar a 1 ponto percentual, como ocorreu nas suas três últimas reuniões.
"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião", afirmou.
O Copom, no entanto, deixou a porta em aberto para as reuniões seguintes, indicando que o aperto dos juros pode seguir ou estacionar em junho.
Segundo o comitê, "a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".
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📊 Com a Selic a 14,25%, o mercado já aguardava uma redução do ritmo de ajuste dos juros a partir de maio. Contudo, agora discute qual será o tamanho desse aperto monetário.
Para o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz os analistas devem projetar uma alta de 0,75 ponto percentual ou até uma nova alta de 1 ponto percentual para maio, em caso de piora dos cenários doméstico e externo. Agora, se a situação melhorar, é possível que a Selic suba 0,50 ponto percentual, para 14,75%, diz o estrategista.
"Se as coisas melhorarem -se as projeções de inflação para os próximos anos suavizarem e se a parte fiscal não for um assunto relevante no mercado financeiro- o mercado vai convergir para uma alta de 0,50 ponto percentual em maio", afirmou Cruz.
A Ativa Investimentos aposta em uma alta de 0,50 ponto percentual dos juros em maio e vê uma última alta de 0,25 ponto percentual em junho. Dessa forma, a Selic terminaria este ciclo de aperto monetário em 15%.
Já a XP Investimentos projeta uma elevação de 0,75 ponto percentual em maio e outra de 0,50 ponto percentual em junho, o que levaria a Selic para 15,50%.
A XP, contudo, admite que a Selic pode ficar em 15%, caso o dólar fique relativamente estável nos próximos meses e a desaceleração econômica se intensifique.
Segundo a mediana coletada pelo Boletim Focus, o mercado espera que a Selic esteja em 15% no final de 2025, mas recue para 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028.
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🏦 A indicação dos próximos passos do Copom era o principal ponto de atenção dos analistas no comunicado desta quarta-feira (19). Afinal, a alta da Selic para 14,25% já era dada como certa e o comitê havia deixado a porta em aberto para o que viria em maio.
Além disso, vale ressaltar que este é o primeiro forward guidance entregue pela nova diretoria do BC, que desde o início do ano é dominada por indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O último forward guidance, que previa altas de 1 ponto percentual da Selic em janeiro e agora em março, foi apresentado na última reunião comandada por Roberto Campos Neto, em dezembro de 2024.
Em janeiro de 2025, no entanto, Campos Neto e outros dois diretores indicados por Jair Bolsonaro (PL) deixaram a autoridade monetária: Carolina de Assis Barros e Otávio Damaso.
Com isso, entraram três diretores indicados por Lula no BC:
Lula já havia indicado outros quatro diretores para o Banco Central desde o início deste mandato:
Logo, o governo Lula passou a ter indicados na presidência e em seis das oito diretorias do BC a partir de 2025. Restam, portanto, apenas dois dos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL):
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