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Além de acelerar o ritmo de alta da Selic, o Copom (Comitê de Política Monetária) indicou nesta quarta-feira (11) que a taxa básica de juros da economia brasileira pode chegar a 14,25% em março de 2025.
O Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 12,25%. E, ao comunicar a decisão, disse que os juros podem sofrer mais dois aumentos dessa magnitude no início de 2025, caso nada mude no cenário econômico.
💲 "Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões", avisou.
A Selic pode, então, chegar a 13,25% em 29 de janeiro e a 14,25% em 19 de março do próximo ano. Se confirmado, este será o maior patamar dos juros desde 2016. Ou seja, em mais de oito anos.
O Copom, no entanto, deixou a porta aberta para outros aumentos, dizendo que o tamanho final do aperto dependerá do desempenho da inflação.
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"A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", disse o comitê, que ainda vê "uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação".
🏦 Vale lembrar, no entanto, que as próximas decisões da Selic não contarão mais com o voto de Roberto Campos Neto. Afinal, o mandato do atual presidente do BC acaba no final deste ano. Com isso, o BC e o Copom serão presididos por Gabriel Galípolo a partir de 2025.
Galípolo foi indicado para o BC pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um crítico dos juros altos. Contudo, vem sinalizando que será preciso manter os "juros mais altos por mais tempo" devido à força da economia brasileira e da alta do dólar.
Economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta lembrou que o Copom não vinha dando um guidance para as próximas reuniões, mas voltou a usar o mecanismo diante da preocupação com o cenário econômico.
"O guidance é uma medida que a instituição utiliza para contornar expectativas nocivas para a conjuntura econômica e tentar recobrar a confiança do mercado", afirmou Carla Argenta, lembrando que as expectativas de inflação estão cada vez mais longes da meta buscada pelo BC (Banco Central).
O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, acrescentou que, com esse recado duro sobre os juros e também uma maior intervenção no câmbio, o BC tenta "dar um choque no mercado, para tentar acalmar as expectativas de inflação e juros, diante da instabilidade muito grande".
O novo guidance do BC já faz, então, o mercado projetar uma Selic de 15% em 2025. O economista André Perfeito, por exemplo, acredita que, depois das duas altas de 1 ponto, o Copom deve desacelerar o ritmo, elevando os juros em mais 0,50 e 0,25 ponto.
"Dito isso, chegamos a uma Selic de 15% no ano que vem e não sei se haverá espaço para cortes no ano que vem", afirmou o economista, lembrando que as medidas econômicas defendidas por Donald Trump e o regime climático podem pressionar a inflação brasileira no próximo ano.
A XP também passou a projetar uma Selic de 15% em 2025 depois do comunicado do Copom. A XP disse que "a mensagem mais dura de hoje sugere taxas de juros ainda mais elevadas" e avalia que, "com essa estratégia mais concentrada no curto prazo, a política monetária ajudará a desacelerar a economia e estabilizar a taxa de câmbio".
A expectativa do mercado é de que o dólar recue nesta quinta-feira (12), diante do anúncio do BC. Afinal, o mercado deve aprovar esse posicionamento mais duro no combate à inflação e a alta dos juros pode ajudar a atrair capital externo para o Brasil.
O dólar ainda pode se beneficiar de outra medida do BC nesta quinta-feira (12): leilões de linha de até US$ 4 bilhões,
Leilões desse tipo são comuns no fim do ano, dado ao maior envio de dólares ao exterior. Contudo, analistas lembram que a recente disparada do dólar também justificaria a ação. Afinal, o dólar bateu recordes consecutivos nas últimas semanas, chegando a bater nos R$ 6,09.
Nesta quarta-feira (11), a moeda fechou a R$ 5,968. Foi a primeira vez desde o fim de novembro que o dólar terminou a sessão abaixo dos R$ 6.
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