Copasa (CSMG3) anuncia R$ 140 milhões em JCP
Provento corresponde a um valor bruto de R$ 0,36945 por ação e diz respeito aos resultados do quarto trimestre.
A Copasa (CSMG3) elevou em cerca de 87% o volume de investimentos previsto para os próximos quatro anos. O aporte mira a universalização do serviço de saneamento na área de cobertura da empresa. Contudo, também pode frustrar o potencial de elevação do seu rating pela Fitch.
💰 A Copasa previa investir R$ 6,5 bilhões de 2025 a 2028, segundo o programa de investimentos aprovado ao final de 2023. Contudo, reviu esse plano e agora e prevê R$ 12,2 bilhões de investimentos nesse período, além de mais R$ 3,6 bilhões em 2029.
Veja quanto a Copasa pretende investir nos próximos anos, segundo o Programa de Investimentos aprovado pelo seu Conselho de Administração no último dia 12 de dezembro:
Além disso, a Copasa prevê capitalizações anuais de R$ 226,2 milhões. Por isso, o programa de investimentos chega a R$ 16,9 bilhões entre 2025 e 2029. É um volume de investimentos recorde para a companhia.
💧 Segundo a Copasa, o objetivo desses aportes é alcançar a universalização e a excelência dos serviços de saneamento nos municípios em que atua. Afinal, o Novo Marco do Saneamento determina que 99% da população deve ter acesso à água tratada e 90% ao esgoto coletado e tratado até 2033.
"As metas de universalização exigem ampliação expressiva de investimentos, em níveis nunca antes alcançados pela Companhia", disse o presidente da Copasa, Guilherme Duarte.
Além disso, ele observou que "a entrada de competidores privados intensifica a concorrência e desafia posições antes protegidas".
"Por isso, a Copasa está se movimentando para melhorar a competitividade em relação ao mercado, mas também a melhoria da prestação dos serviços, buscando a obtenção da licença social para operar", completou.
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Na avaliação da Fitch, "os maiores investimentos da Copasa devem ampliar sua capacidade de cumprir suas metas de universalização de serviços, fortalecer seu modelo de negócios e mitigar eventuais riscos regulatórios".
A agência de classificação de risco disse ainda que "o relevante aumento dos investimentos programados para os próximos quatro anos não altera o perfil de crédito da Copasa, pois a nova alavancagem financeira projetada não ultrapassa a sensibilidade de rebaixamento".
Pelos cálculos da Fitch, a Copasa deve registrar uma alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, de 2,0 vezes a 3,0 vezes com esses investimentos nos próximos quatro anos. A projeção é bem superior ao 1,8x registrado ao final do terceiro trimestre, mas a Fitch não vê problemas em uma alavancagem de até 3,0 vezes.
⚠️ A agência de classificação de risco, no entanto, fez o seguinte alerta: "A atual Perspectiva Positiva, que indica a possibilidade de elevação do rating, baseia-se em uma expectativa de preservação da robusta liquidez da Copasa, o que pode ser desafiador, dada a projeção de mais investimentos".
"Uma frustação das premissas da agência relacionadas a manutenção de saldo de caixa e aplicações financeiras acima da dívida de curto prazo pode resultar em revisão da Perspectiva para Estável, de Positiva", avisou.
Para a Fitch, o fluxo de caixa livre da Copasa deve ficar negativo, com um saldo anual entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,6 bilhão. Logo, pressões mais significativas do que o esperado devem ser financiadas com um aumento da dívida líquida.
A agência, contudo, também vai considerar a capacidade da empresa de manter margens Ebitda elevadas, em torno de 40%, em uma eventual ação de rating positiva.
Atualmente, o rating da Copasa é de AA+(bra), com perspectiva positiva, na Fitch.
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Já a Genial Investimentos classificou o novo plano de investimentos da Copasa como "uma novidade positiva e que deve ser comemorada tendo em vista o histórico de investimentos muito baixos, atrasando o processo de universalização dos serviços".
Os analistas reconhecem, no entanto, que a "Copasa deve operar numa estrutura financeiramente mais alavancada que o de costume" e dizem que, com esse plano de investimentos, "perde-se no curto-prazo uma das alavancas de valor que tem sido refletida em dividendos mais generosos, para uma colheita de resultados mais sólidos no futuro".
Além disso, a casa vê alguns "desafios relevantes" para a companhia à frente. São eles: "um cenário de deterioração macroeconômica à frente, principalmente SELIC/Custo da dívida; uma maior pressão sob o fluxo de caixa da empresa até a captura da receita total pós incorporação dos novos investimentos e um cenário desafiador para a sua privatização".
Diante disso, a Genial reiterou a sua recomendação de manter as ações da Copasa. O preço-alvo é de R$ 27, o que indica um potencial de valorização de 32% em relação ao fechamento desta quinta-feira (26). As ações da Copasa terminaram o dia negociadas por R$ 20,44 na B3.
Provento corresponde a um valor bruto de R$ 0,36945 por ação e diz respeito aos resultados do quarto trimestre.
A recomendação está alinhada com a estratégia de adequação do excesso da reserva de lucros da Companhia.