Chuvas no RS: Como as seguradoras da B3 reagiram à tragédia no 2º tri?

O lucro acumulado do setor recuou 2,1%, mas duas das quatro companhias listadas na bolsa escaparam do baque.

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Publicado em 20/08/2024 às 15:03h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 20/08/2024 às 15:03h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Chuvas pressionaram taxa de sinistralidade no 2º trimestre (Shutterstock)

As chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul pressionaram as principais companhias do setor de seguros no Brasil. Contudo, não significaram perda de lucratividade para todas elas. É o que mostram os resultados do segundo trimestre de 2024.

📈 O IRB (IRBR3), por exemplo, viu seu lucro mais do que triplicar, saindo de R$ 20,1 bilhões no segundo trimestre de 2023 para R$ 65,2 milhões no mesmo período de 2024. Por isso, disparou 52% na bolsa na semana passada.

A seguradora admitiu que as chuvas afetaram os dados, mas disse que o efeito foi compensado pelo resultado financeiro, que saltou 73% diante da alta do dólar.

A BB Seguridade (BBSE3) também conseguiu ampliar o lucro do segundo trimestre, mesmo com as chuvas no Rio Grande do Sul. Neste caso, a cifra subiu 1,6% em relação ao mesmo período de 2023 e alcançou R$ 1,9 bilhão, puxada, sobretudo, pelo crescimento da operação.

📉 Por outro lado, Caixa Seguridade (CXSE3) e Porto (PSSA3) lucraram menos por causa da tragédia. O baque chegou a 13,6% no caso da Porto.

Com isso, as seguradoras listadas na B3 tiveram um lucro líquido acumulado de R$ 3,29 bilhões no segundo trimestre de 2024. A cifra recuou 2,1% em relação ao mesmo período de 2023, mesmo com os resultados positivos de IRB e BB Seguridade.

Compare os resultados das seguradoras listadas na B3 no 2º trimestre:

  • BB Seguridade: R$ 1,9 bilhão, +1,6%;
  • Caixa Seguridade: R$ 770,3 milhões, -6,4%;
  • Porto: R$ 584,9 milhões, -13,6%;
  • IRB: R$ 65,2 milhões, +222,4%.

Sinistralidade

A taxa de sinistralidade do setor, no entanto, alcançou 55,4% ao final do segundo trimestre, segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados). Isto é, um aumento de 10,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023.

Das quatro seguradoras listadas na B3, apenas BB Seguridade e Porto registraram uma sinistralidade inferior à média nacional. O IRB, no entanto, registrou uma queda de 8,6 pontos percentuais do indicador.

Veja a sinistralidade de cada seguradora, no 2º trimestre:

  • BB Seguridade: 27,2%, -1 p.p.;
  • Caixa Seguridade: 59,4%, +38,8 p.p.;
  • Porto: 52,5%, +5,4 p.p.;
  • IRB: 65,0%, -8,6 p.p..

Despesas com sinistros

Com a melhor taxa de sinistralidade do período, a BB seguridade registrou R$ 225 milhões em despesas com sinistros relacionados às chuvas no Rio Grande do Sul.

Contudo, esse impacto se concentrou no setor agrícola, que tem um "mecanismo bastante robusto de proteção de carteira de seguro", de acordo com a companhia. Por isso, não teve um impacto muito grande na sinistralidade e foi quase compensado pela melhora do desempenho nos segmentos de vida, penhor e vida rural.

Além disso, vale ressaltar que a BB Seguridade reportou um impacto financeiro dos sinistros relacionados à chuva menor do que o das demais seguradoras listadas na B3. Compare:

  • Caixa Seguridade: R$ 461,3 milhões em sinistros de seguros habitacionais e residenciais;
  • IRB: R$ 257 milhões, sobretudo nos segmentos patrimonial, habitacional e engenharia;
  • Porto: R$ 255,7 milhões, principalmente em seguros automotivos.