Chili Beans vai deixar de usar dólar em compras da China, diz CEO

Empresa faz negociações direto no yuan chinês, evitando custos e aumentando agilidade.

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Publicado em 11/08/2025 às 12:03h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 11/08/2025 às 12:03h Atualizado 3 minutos atrás por Wesley Santana
Chili Beans vende óculos e outros acessórios em lojas espalhadas pelo país (Imagem: Divulgação)

Enquanto diversos países discutem vincular as compras internacionais a outras moedas, empresas brasileiras já começam a dar esse passo. A marca de óculos Chili Beans deve parar de usar a moeda dos Estados Unidos nas compras feitas na China, conforme anunciou o CEO Caito Maia.

No lugar dela, as transações são feitas em renminbi, que é uma versão do yuan chinês, a moeda oficial do país asiático. Além de diminuir o tempo de pagamento, a mudança também traz economia, pois evita o pagamento de atravessadores monetários, que são responsáveis pela conversão do real para o yuan, passando pelo dólar.

“De forma alguma é uma estratégia pontual. Queremos continuar mantendo esta prática. A ideia é que o uso do dólar não volte nunca mais”, afirmou Maia, em entrevista à revista Exame.“E que façamos todas as transições diretamente com a China: em termos de moeda, compra, comércio, tudo”, destaca.

A Chili Beans é uma das principais marcas de acessórios do país, focada na oferta de óculos para o público jovem. A empresa tem aumentado o seu portfólio nos últimos anos, oferecendo outras opções de produtos e englobando outras faixas etárias, o que tem ampliado sua presença no mercado nacional.

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“Nossa parceria com a China não é de hoje. Há 30 anos nós somos “apadrinhados” pelo mercado chinês: fomos levados para lá, apresentados para as fábricas e temos os mesmos parceiros há 25 anos. É uma relação comercial extremamente ganha-ganha, saudável, ética e bacana com o país. A Chilli Beans está onde está porque a China nos ajudou e acreditou em nós”, recorda Maia.

Atualmente, a empresa já supera os R$ 1,4 bilhão em faturamento anual, mas o objetivo é ir ainda mais adiante. Nos próximos cinco anos, o projeto é alcançar 3,2 mil lojas físicas ao redor do país, chegando também ao mercado estrangeiro.

Na própria Ásia, a empresa já mantém pontos de vendas, com destaque para a Indonésia, onde a estratégia de expansão está focada. “Já estamos na Indonésia, com 10 pontos espalhados pelo país e vamos colocar energia nessa expansão”, destacou o executivo. “Não se contente em fazer o que todo mundo faz. Tenha coragem. Tenha atitude. Faça diferente. É assim que você se destaca no mercado”, afirma o fundador da marca.