🚨 A sede do Supremo Tribunal Federal foi palco, até o final da noite desta terça-feira (30), de um procedimento jurídico rigoroso que coloca em xeque a defesa dos principais investigados no caso do Banco Master.
A acareação entre o banqueiro
Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e
Paulo Henrique Costa, ex-presidente do
BRB (BSLI4), durou pouco mais de meia hora, mas foi o ápice de um dia exaustivo de depoimentos que somaram mais de seis horas de oitivas.
O confronto direto foi determinado pela delegada da Polícia Federal, Janaína Palazzo, após ficar evidente que as versões apresentadas por Vorcaro e Costa eram contraditórias.
Eles são investigados pela suposta venda de carteiras de crédito consignado falsificadas do Banco Master para o BRB, uma operação inflada em R$ 12,2 bilhões que teria como objetivo mascarar a falta de liquidez da instituição privada.
O depoimento "valioso" que mudou o jogo
O fiel da balança neste dia de depoimentos não foi um investigado, mas sim Ailton de Aquino Santos, diretor de Fiscalização do Banco Central.
Fontes que acompanharam o caso descreveram sua fala como "valiosa", "exata" e "didática". O diretor do BC apresentou um cronograma minucioso de datas e fatos que, na prática, teria deixado Vorcaro e Costa em uma "situação difícil" perante as autoridades.
Foi Ailton de Aquino quem, junto ao presidente do BC, Gabriel Galípolo, levou os indícios de fraude ao Ministério Público e recomendou a liquidação extrajudicial do Master, decretada em 18 de novembro.
Por ser considerado uma testemunha técnica e precisa, o ministro Dias Toffoli autorizou que ele fosse dispensado da acareação, já que suas informações foram suficientes para confrontar as inconsistências dos demais envolvidos.
Tornozeleira e afastamentos
O caso transcorre no STF devido ao foro privilegiado, após a apreensão de documentos com Vorcaro que citavam um deputado federal. A gravidade da situação é refletida nas medidas cautelares impostas:
- Daniel Vorcaro: Chegou a ser preso preventivamente, mas atualmente responde em liberdade fazendo uso de tornozeleira eletrônica.
- Paulo Henrique Costa: Foi afastado da presidência do BRB por decisão judicial, após o banco público se tornar o centro da polêmica aquisição das carteiras suspeitas.
O que esperar a partir de agora?
Com a finalização das oitivas e da acareação, a Polícia Federal e o STF agora possuem um material suficiente para confrontar com as provas técnicas colhidas na quebra de sigilos bancários.
A precisão dos dados fornecidos pelo Banco Central sugere que a tese de "fraude estrutural" ganha força sobre a narrativa de "erro de mercado" tentada pela defesa.
📊 Para o mercado, o desfecho deste caso é fundamental para entender o nível de rigor que será aplicado em transações entre bancos públicos e privados daqui para frente.