BTG Pactual (BPAC11) deve comprar Julius Baer no Brasil por R$1 bi, diz jornal
De acordo com fontes do mercado, o negócio é disputado por gigantes como Santander (SANB11), Safra e XP Inc. (XPBR31).
🚨 O banco BTG Pactual (BPAC11) anunciou na última terça-feira (07), a compra da operação de gestão de patrimônio doméstico do banco suíço Julius Baer por R$ 615 milhões.
O acordo, previsto para ser concluído no primeiro trimestre de 2025, representa uma movimentação estratégica que gera questionamentos e análises sobre os desdobramentos no setor.
A transação ocorre em meio a um momento de transição no Julius Baer, com Stefan Bollinger assumindo a presidência do banco suíço.
Após um ano marcado por desafios financeiros, incluindo perdas significativas relacionadas ao grupo imobiliário falido Signa, a venda dos negócios no Brasil é interpretada como parte de uma estratégia de reestruturação.
Com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a operação do Julius Baer no Brasil gerenciava aproximadamente R$ 61 bilhões em ativos até novembro de 2024.
Apesar da venda, o banco suíço declarou que continuará atendendo seus clientes brasileiros por meio de escritórios localizados fora do país.
Além do valor da transação, o Julius Baer estima que a venda adicionará 30 pontos-base ao índice de capital CET1, fortalecendo sua posição financeira. Analistas do setor avaliam a decisão de maneiras distintas.
Andreas Venditti, do Bank Vontobel, destacou que o banco enfrentava desafios relacionados à modernização tecnológica e aprimoramento das capacidades de investimento, mas questionou a saída de um mercado promissor como o Brasil.
Por outro lado, Daniel Bosshard, da Luzerner Kantonalbank, afirmou que a decisão faz sentido estratégico e reforça o foco em eficiência de capital.
Já analistas do Zurcher Kantonalbank ZKB consideraram a medida corajosa, ao mesmo tempo em que apontaram a necessidade de equilibrar rentabilidade e gestão de mercados emergentes.
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Para o BTG Pactual, a aquisição reforça sua posição como uma das principais instituições financeiras no Brasil, ampliando sua participação no segmento de gestão de patrimônio.
A compra dos negócios do Julius Baer agrega um portfólio significativo de clientes de alta renda, consolidando ainda mais a estratégia de crescimento do banco brasileiro.
O movimento também reflete a confiança do BTG no potencial do mercado nacional, que continua atraindo investimentos devido à crescente demanda por soluções financeiras personalizadas e sofisticadas.
Com a venda no Brasil, Stefan Bollinger, novo presidente-executivo do Julius Baer, assume a missão de reorientar o foco do banco.
A decisão de abandonar um mercado promissor como o Brasil sugere um esforço para priorizar áreas onde o Julius Baer possui vantagens competitivas mais claras.
No entanto, essa escolha pode ser arriscada, especialmente considerando o histórico recente do banco, que inclui episódios como o acordo de US$ 80 milhões com o Departamento de Justiça dos EUA devido a um escândalo de corrupção envolvendo a Fifa.
📊 A saída do Julius Baer e a entrada do BTG Pactual abrem novos capítulos no mercado financeiro brasileiro.
Com a competição crescente entre players nacionais e internacionais, o segmento de gestão de patrimônio no país continua evoluindo, impulsionado pela busca por inovação tecnológica e excelência no atendimento ao cliente.
De acordo com fontes do mercado, o negócio é disputado por gigantes como Santander (SANB11), Safra e XP Inc. (XPBR31).
O conselho de administração do BTG aprovou o pagamento bruto de R$ 0,049 por ação e R$ 0,148 por Unit.