Brasil não deve retaliar de imediato tarifas dos EUA sobre aço, diz Haddad

O ministro mencionou que a indústria nacional do aço requisitou "providências" ao governo do Brasil.

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Publicado em 12/03/2025 às 11:54h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 12/03/2025 às 11:54h Atualizado 2 minutos atrás por Elanny Vlaxio
Vale lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia prometido reagir às tarifas (Imagem: Shutterstock)

🗣️ Nesta quarta-feira (12) entraram em vigor as tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no entanto, disse que o governo não vai retaliar os Estados Unidos e que o setor está estudando medidas para proteger o setor siderúrgico brasileiro.

"Nós estamos já começando a estudar propostas do setor, que tem toda legitimidade de trazer propostas pra nós. Eles estão imaginando formas de negociar com argumentos muito consistentes. Porque os Estados Unidos só têm a perder. Porque nosso comércio é muito equilibrado", afirmou Haddad em declarações após reunião com representes do setor do aço em Brasília.

O ministro mencionou que a indústria nacional do aço requisitou "providências" ao governo do Brasil, tanto em relação às importações, com a possibilidade de sobretaxar compras provenientes de outros países, como a China, quanto às exportações brasileiras.

E disse ainda: "Vamos tratar, na base da reciprocidade, os entendimentos, mas colocando em primeiro lugar a mesa de negociação está aberta já com o governo americano, e que foi bem sucedido em outros momentos do passado recente quando atitudes semelhantes foram tomadas e revertidas em benefício do comércio bilateral", afirmou o ministro Haddad a jornalistas.

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💬 Vale lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia prometido reagir às tarifas. "Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização do Comércio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles", afirmou o petista.

Além disso, na última terça-feira (11), o presidente voltou a citar Trump em suas declarações e cobrou respeito do presidente dos EUA. “Não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado”, disse.

"É no olho que a gente diz a verdade, é com o olho que a gente fala. Eu quero dizer para vocês em alto e bom som: podem ter certeza, a economia brasileira vai continuar crescendo, a gente vai continuar gerando emprego, a inflação vai baixar" acrescentou.

Para Burno Corano, economista da Corano Capital, as tarifas de Trump impactam o Brasil e outros produtores, mas quem vai pagar a diferença do consumo do aço ainda será o povo americano.

💭 "Essa tarifa impacta o Brasil, mas impacta todos os outros produtores externos. Os Estados Unidos vão continuar consumindo exatamente o mesmo aço e quem vai pagar a diferença é o povo americano. Então isso em nada cria desvantagem competitiva para o Brasil frente a outros exportadores, e em nada, também, num primeiro momento, desestimula, elimina o consumo, a necessidade de aço", analisou.