Será que uma disparada superior a +8% do
Bitcoin (BTC) neste início de semana é suficiente para tirar a maior
criptomoeda do mundo do marasmo que se arrasta desde o início de outubro de 2025? Enquanto a moeda virtual se aproxima dos US$ 92 mil nesta terça-feira (2), os analistas são céticos quanto ao voo de galinha.
Afinal de contas, não faz muito tempo assim desde que o
BTC chegou a experimentar os patamares de preço ao redor de US$ 80 mil, ao mesmo tempo em que sua máxima, aos US$ 126,1 mil, segue com desconto de -27%.
Entre as principais casas de análises do exterior, a HashKey Group espera que o Bitcoin oscile entre US$ 83 mil e US$ 95 mil até o final do ano, para então entrar em um ciclo de maior recuperação no médio prazo, que varia entre US$ 110 mil e US$ 135 mil.
A análise leva em conta o paralelo de trajetória do
BTC em 2019, quando os ativos de risco começaram a performar muito bem entre seis e 12 meses após o Federal Reserve concluir o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
"Para que o Bitcoin recobre uma clara trajetória altista, o cenário macroeconômico precisa melhorar muito mais do que o mercado precifica no momento", diz a casa de análise crypto, em nota.
Segundo dados do
Investidor10, se você tivesse investido
R$ 1 mil em Bitcoin (BTC) há
12 meses, hoje você teria
R$ 796,70. A simulação também aponta que o
CDI teria retornado
R$ 1.140,60 nas mesmas condições.
Mas, será que o bear market veio para ficar?
Quando um investimento recua mais de -20% ante seu pico de preço, os investidores globais costumam apelidar a situação de bear market (o mercado do urso), que funciona como uma espécie de jargão para ilustrar o pessimismo.
Apesar do
BTC se encontrar momentaneamente nessa configuração, será que essa tendência negativa se justifica por muito tempo? Na avaliação de André Franco, especialista em criptomoedas e CEO da Boost Research, 2025 está longe de ter sido um ano de bear market para o mercado de moedas virtuais.
"Sem ignorar a tradicional volatilidade e alguns obstáculos no caminho, as criptomoedas tiveram grandes vitórias regulatórias e assertivas ao redor do mundo. Nos EUA, o Genius Act marca um avanço decisivo na definição de regras para ativos digitais, enquanto no Brasil o Banco Central reforça o movimento ao estabelecer novas diretrizes para o segmento no país", explica o empresário.
Ele cita que o ritmo de expansão do blockchain só acelera. Os dados on-chain confirmam a tendência: já são mais de 250 milhões de endereços ativos globalmente, um sinal claro de que a adoção em massa está em pleno curso.
Um exemplo da busca dos investidores brasileiros por ativos alternativos digitais, como Bitcoin e afins, se traduz no próprio crescimento da Boost Research, empresa brasileira especializada em pesquisa e inteligência de mercado externo para o setor cripto, cuja base de clientes qualificados saltou de 816 em 2024 para 2.116 em 2025, totalizando mais de R$ 200 milhões sob custódia.