Banco do Brasil (BBAS3) volta a subir mais de 2% após semana turbulenta

Por volta das 14h50, os papéis subiam 2,45%, cotados a R$ 18,80, após alcançarem alta de 3% no início do pregão.

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Publicado em 04/08/2025 às 15:19h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 04/08/2025 às 15:19h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
A valorização ocorre mesmo sem notícias corporativas relevantes (Imagem: Shutterstock)

🚨 As ações do Banco do Brasil (BBAS3) ensaiam recuperação nesta segunda-feira (4), após uma semana marcada por forte volatilidade e especulações sobre impactos externos.

 Por volta das 14h50, os papéis subiam 2,45%, cotados a R$ 18,80, após alcançarem alta de 3% no início do pregão.

A valorização ocorre mesmo sem notícias corporativas relevantes, sendo atribuída a um alívio no sentimento do mercado após os rumores envolvendo sanções internacionais perderem força.

Ruídos políticos agitaram o mercado

Na última sexta-feira (1º), as ações do banco recuaram quase 7%, pressionadas por receios sobre possíveis efeitos da Lei Magnitsky, aplicada recentemente contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A apreensão teve origem em reportagem do jornal O Globo, segundo a qual o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria levado aos EUA um pedido de bloqueio de contas bancárias ligadas a Moraes.

A especulação gerou temores de que instituições financeiras brasileiras, como o Banco do Brasil — onde o ministro possui conta e recebe seu salário —, pudessem ser afetadas.

Contudo, analistas e gestores descartaram a probabilidade de sanções contra os bancos nacionais, o que ajudou a aliviar parte da pressão sobre o papel nesta segunda-feira.

Além disso, no sábado (2), o ministro Cristiano Zanin foi sorteado como relator de uma ação protocolada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que busca impedir o bloqueio de contas bancárias de Moraes por instituições que atuam no país.

➡️ Leia mais: Ações do Banco do Brasil (BBAS3) desabam e BTG vê risco “estrutural”; entenda

Dados do Banco Central elevam a cautela sobre os resultados do BB

Apesar da recuperação pontual, a expectativa para os próximos resultados do Banco do Brasil continua moderada.

Os dados do Banco Central (BC) mostraram um lucro de R$ 500 milhões em maio, número bem inferior ao ganho de R$ 1,7 bilhão registrado em abril. A queda representa 70% de retração no mês e 85% na comparação anual.

Analistas do BTG Pactual (BPAC11) indicaram que, diante do desempenho de abril e maio, será necessário um forte resultado em junho para alcançar as projeções anteriores — algo considerado improvável, especialmente pela alta inadimplência no setor do agronegócio.

“Ao multiplicar os números de abril e maio por 1,5 vez e ajustar pelas diferenças entre os dados do BC e os números reportados, estimamos um lucro de R$ 3,35 bilhões para o BB no segundo trimestre — 24% abaixo da nossa projeção”, apontaram.

Além disso, se essa estimativa for anualizada, o banco pode encerrar 2025 com retorno sobre patrimônio (ROE) abaixo de 10%, segundo o BTG.

📊 A divulgação do balanço oficial do segundo trimestre do BB está prevista para o dia 14 de agosto, após o fechamento do mercado.