Banco do Brasil (BBAS3) perde força e tem preço-alvo reduzido pelo Goldman Sachs

O banco norte-americana reduziu o preço-alvo das ações de R$ 25 para R$ 23, representando uma queda de 8% na estimativa anterior.

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Publicado em 02/07/2025 às 15:50h - Atualizado 12 horas atrás Publicado em 02/07/2025 às 15:50h Atualizado 12 horas atrás por Matheus Silva
A nova projeção implica um potencial de valorização de mais de 13% (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Banco do Brasil (BBAS3) tem enfrentado um cenário desafiador em 2025. Após apresentar um desempenho abaixo das expectativas no primeiro trimestre, com lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões — queda de 20,7% na comparação anual —, as ações da instituição acumularam recuo de 8,61% no primeiro semestre do ano.

Em meio a esse contexto, o Goldman Sachs revisou sua avaliação sobre o ativo. A instituição financeira norte-americana, que já mantinha recomendação neutra para BBAS3, reduziu o preço-alvo das ações de R$ 25 para R$ 23, representando uma queda de 8% na estimativa anterior.

Ainda assim, a nova projeção implica um potencial de valorização de 13,17% frente à cotação de fechamento do dia 30 de junho.

Exposição ao crédito rural preocupa analistas

A principal razão para a reavaliação está relacionada à elevada exposição do Banco do Brasil à carteira de crédito rural, que atualmente representa cerca de 33% do portfólio total da instituição.

Em contraste, esse percentual é de 7% no Bradesco (BBDC4) e de apenas 3% no Santander (SANB11), o que coloca o banco estatal em maior risco frente à crise vivida pelo setor agropecuário.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, essa concentração elevada aumenta a vulnerabilidade do BB às pressões vindas do campo e contribui para o tom de cautela adotado na análise da instituição.

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ROE em baixa e provisões elevadas pressionam resultados

Além do risco relacionado ao crédito rural, o relatório do Goldman Sachs aponta outros fatores que justificam a manutenção da recomendação neutra para as ações:

  • Projeção de um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de apenas 11,9% no segundo trimestre de 2025 — o menor nível do atual ciclo;
  • Estimativa de provisões para perdas de crédito em torno de R$ 13,7 bilhões, número superior às médias históricas;
  • Custo de risco elevado, previsto em 4,9% no acumulado de 2025;
  • Pressão nas margens financeiras, decorrente da combinação entre Selic elevada e aumento no custo de captação.

Diante desses desafios, o Goldman Sachs opta por manter uma visão conservadora sobre o BB, ainda que enxergue algum espaço para valorização nos próximos meses.

Visões divididas entre analistas

O cenário incerto também se reflete nas opiniões de outras instituições. De acordo com dados da Bloomberg, entre 17 casas que acompanham BBAS3, 9 mantêm recomendação neutra e apenas 4 indicam compra.

O balanço de forças indica que o mercado segue dividido quanto ao momento ideal de entrada no papel.

📊 Enquanto o Banco do Brasil segue com fundamentos sólidos e presença relevante no setor financeiro nacional, os riscos operacionais e setoriais continuam a exigir atenção redobrada por parte dos investidores.