Banco do Brasil (BBAS3): Itaú BBA reduz preço-alvo, pede cautela e projeta ano difícil

Provisões elevadas e rentabilidade baixa adiam expectativas de retorno mais forte para 2027.

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Publicado em 04/09/2025 às 12:31h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 04/09/2025 às 12:31h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Banco do Brasil é uma das cinco maiores instituições financeiras do país (Imagem: Shutterstock)

“Paciência é uma virtude, mantenha cautela”. É com essas palavras que o Itaú BBA começa seu relatório que analisa o desempenho do Banco do Brasil (BBAS3). Os analistas diminuíram o preço-alvo das ações, cortando a perspectiva de R$ 26 para R$ 23 no final de 2026.

Nesta quinta-feira (4), os papéis do BB são negociados no patamar de R$ 20, então, mesmo cautelosos, os analistas ainda acreditam em um upside de 15% nas ações do banco público. No entanto, eles ponderam que isso só deve acontecer no longo prazo. 

“Considerando a perspectiva mais fraca para a carteira de crédito, margem financeira líquida (NII) e custos de provisão, estamos reduzindo nossas estimativas para o ano fiscal de 2025/2026 em 18/20%, abaixo do limite inferior da projeção”, escrevem. “Reiteramos a classificação de desempenho de mercado com um valor justo de R$ 23 para o final de 2026”, continuam Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard.

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Um dos pontos críticos citados pelos analistas é a conexão do BB com o Agro, setor que tem causado alguns prejuízos dado a alta na inadimplência. No entanto, também comentam que a instituição tem mostrado pressões no segmento de varejo e de PMEs, o que pode dificultar ainda mais os próximos resultados da companhia.

“Portanto, mesmo com a melhora do Agro em 2026, o BB provavelmente terá que aumentar as provisões para pessoas físicas e PMEs no próximo ano. Mantemos níveis elevados de provisão no ano fiscal de 2026, em R$ 56 bilhões, contra R$ 59 bilhões no ano fiscal de 2025”, escrevem.

O BBA termina o relatório destacando que espera que apenas em 2027 o cenário para o BB seja mais animador. Eles entendem que só neste ano o banco vai conseguir fazer com que todos os números convirjam para um cenário mais atrativo aos investidores. 

“Esperamos que o banco aproxime os retornos do custo do capital próprio somente até 2027. A qualidade dos lucros ajustados reportados também é baixa, com grande parte proveniente de atividades bancárias não essenciais”, dizem. Acreditamos nas perspectivas de longo prazo do banco, mas preferimos aguardar”, ponderam. 

Como preferido do setor, os analistas ainda continuam apostando na tese do Bradesco (BBDC4), que trabalha com previsão de lucro de R$ 24,9 bilhões em 2025. O preço-alvo para os papéis do banco privado é de R$ 22, valor que representa um upside de quase 35%.