B3 tem maior fuga de estrangeiros em seis meses desde 2020

O saldo negativo no acumulado do ano chega a R$ 42,438 bilhões.

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Publicado em 29/06/2024 às 10:29h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 29/06/2024 às 10:29h Atualizado 2 dias atrás por Elanny Vlaxio
O custo de oportunidade para o Brasil se torna menos atrativo na visão dos investidores estrangeiros (Shutterstock)

Em um novo recorde negativo, a B3 vivenciou o pior mês de junho da história em termos de retirada de capital estrangeiro. Até quinta-feira (20), os investidores externos sacaram R$ 6,546 bilhões da bolsa, superando o recorde anterior de 2007. Com essa nova saída, o saldo negativo no acumulado do ano chega a R$ 42,438 bilhões, sendo a maior retirada de capital estrangeiro desde o 1T20, quando o fluxo negativo atingiu R$ 73,679 bilhões no mesmo período comparativo.

💰 Segundo analistas ouvidos pelo "Broadcast", com o real acumulando uma desvalorização de 3,7% frente ao dólar em junho e de 12% ao longo de 2024, o custo de oportunidade para o Brasil se torna menos atrativo na visão dos investidores estrangeiros.

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“Nos próximos dois ou três meses, os Estados Unidos não devem cortar os juros, e também temos que resolver nossos problemas de discussão fiscal. Então no curtíssimo prazo o estrangeiro não deve voltar para o Brasil”, afirmou Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos.

🤑 Já para Fernando Siqueira, head de Research da Guide Investimentos, o Brasil precisa realizar esforços mínimos para reduzir ruídos e garantir que o próximo presidente do Banco Central tenha credibilidade e coesão interna.

Eduardo Carlier, codiretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, ressalta que é notável o fato de que grande parte da saída de investidores internacionais da B3 está relacionada a questões internas, quando normalmente são fatores externos que explicam essa situação. "Estamos diante de um cenário oposto. Enquanto há sinais de melhoria nos indicadores dos Estados Unidos, o que se reflete nas bolsas e nos juros americanos, o Brasil tem se destacado na direção contrária", afirma.