Investidores estrangeiros retiram R$ 8,4 bi da B3 em abril
Na última quinta-feira (18), investidores estrangeiros retiraram R$ 664,666 milhões da Bolsa brasileira.
A B3 (B3SA3) é a única representante da América do Sul na lista das 20 maiores bolsas de valores do mundo. Contudo, ainda tem uma capitalização de mercado cerca de 30 vezes menor do que o das bolsas americanas.
A bolsa brasileira ocupa a 20ª posição do ranking de maiores bolsas do mundo, com uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 917 bilhões. Esse valor, no entanto, caiu no primeiro trimestre de 2024 e ainda está longe do observado em outros mercados.
📈 As bolsas da China e da Índia, por exemplo, eram avaliadas em mais de US$ 4 trilhões no final do primeiro trimestre. Por isso, já superam mercados como os da Alemanha, Canadá e até Inglaterra.
Para se ter uma ideia, a Bolsa de Xangai já é a quinta maior do mundo, atrás apenas da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York), Nasdaq, Euronext e Tóquio. A Bolsa da Índia vem logo depois, na sexta posição.
Já as bolsas dos Estados Unidos superam os US$ 25 trilhões em capitalização de mercado. Por isso, lideram com folga o ranking das maiores bolsas do mundo e continuam crescendo. Nyse e Nasdaq já ganharam mais de US$ 2 trilhões em capitalização, cada, neste ano, com a alta do mercado americano.
Os dados são da Federação Mundial de Bolsas, relativos a março de 2024. A exceção é da Bolsa de Londres, cujo último dado disponível é de agosto de 2023.
Ao contrário das bolsas americanas, a B3 perdeu cerca de US$ 74 bilhões em capitalização no primeiro trimestre de 2024. O recuo reflete o baque do mercado acionário brasileiro, que encolheu 4,5% no período, diante de dúvidas sobre os juros dos Estados Unidos e as contas públicas brasileiras.
💵 Em reais, a B3 tinha uma capitalização de R$ 4,58 trilhões em março de 2024. É um patamar similar ao observado antes da pandemia de covid-19, mas 20% menor do que o pico observado na saída da crise sanitária.
Segundo dados da B3, a capitalização do mercado brasileiro era de R$ 4,7 trilhões em fevereiro de 2020, mas despencou para R$ 3,5 trilhões no mês seguinte, com o início da pandemia de covid-19. Em junho de 2021, por sua vez, atingiu o pico de R$ 5,7 trilhões. Depois disso, no entanto, voltou para a casa dos R$ 4 trilhões.
Vale lembrar, no entanto, que esse valor é bem superior ao observado há poucos anos atrás. Para se ter uma ideia, a B3 só cruzou a marca dos R$ 4 trilhões de capitalização em 2019. Isto é, cinco anos atrás.
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Muitos brasileiros começaram a investir em ações há pouco tempo, o que impulsionou a bolsa brasileira nos últimos anos. O número de investidores, no entanto, ainda pode crescer e muito no país.
De acordo com a B3, 5,1 milhões de pessoas físicas investem em ativos de renda variável, como ações, FIIs e BDRs, no Brasil. É o equivalente a cerca de 2,3% da população brasileira.
Nos Estados Unidos, no entanto, cerca de 61% da população têm investimento em ações, segundo a Gallup. Isto é, cerca de 200 milhões de americanos. Essa cultura investidora ajuda a explicar o porquê as bolsas americanas são as maiores do mundo e também impulsiona o número de empresas listadas nos Estados Unidos.
De acordo com a Federação Mundial de Bolsas, são mais de 3,3 mil empresas listadas na Nasdaq e outras 2,2 mil na Nyse. No Brasil, no entanto, a B3 contabilizava 443 empresas listadas ao final do primeiro trimestre. O número tem apresentado estabilidade ou caído nos últimos meses, já que a bolsa brasileira não recebe IPOs (ofertas públicas iniciais) desde o final de 2021.
Na última quinta-feira (18), investidores estrangeiros retiraram R$ 664,666 milhões da Bolsa brasileira.
No fechamento da sessão, as ações da B3 registraram uma queda de 1,31%, sendo cotadas a R$ 11,33.