Investidores estrangeiros retiram R$ 8,4 bi da B3 em abril
Na última quinta-feira (18), investidores estrangeiros retiraram R$ 664,666 milhões da Bolsa brasileira.
🚨 A B3 (B3SA3), bolsa de valores brasileira, enfrenta o surgimento de novos concorrentes que prometem acirrar a disputa no setor.
Além da já anunciada Bolsa do Rio de Janeiro, operada pela ATG e prevista para começar a operar no segundo semestre de 2025, um novo player está em processo de entrada no mercado: a CSD BR.
A empresa tem planos ambiciosos de operar como uma "contraparte central" (CCP) até 2027, conforme revelado por seu presidente, Edivar Queiroz, em entrevista recente.
A CSD BR já está em processo de formalizar o pedido para iniciar suas operações junto ao Banco Central até o fim deste ano.
A função de uma CCP, fundamental para o funcionamento de uma bolsa de valores, é garantir a liquidação e compensação das operações financeiras, assegurando o fechamento de negociações de forma segura e eficiente.
Esse novo cenário competitivo já está sendo monitorado de perto pelo mercado financeiro, e analistas do Goldman Sachs enxergam um impacto direto nas ações da B3SA3.
Desde o início do ano, os papéis da B3 acumulam uma queda de mais de 20%, e a possibilidade de novos concorrentes adiciona ainda mais pressão.
De acordo com o banco, aproximadamente 35% da receita total da B3 provém de suas operações de ações, sendo que até 90% dessa receita está diretamente vinculada à compensação de transações — segmento que pode ser atingido com a chegada da nova CCP.
📉 A entrada de uma nova CCP pode criar desafios operacionais para o mercado, como diferentes requisitos de liquidação e margem, o que, segundo os analistas do Goldman Sachs, poderia gerar ineficiências e limitar a competitividade.
Além disso, a criação de uma nova CCP exige um alto nível de capital e garantias, um obstáculo considerável para novos entrantes.
Apesar disso, o risco de concorrência no segmento de derivativos, que representa 23% da receita da B3, é considerado mais baixo, uma vez que novos concorrentes precisariam desenvolver contratos de derivativos próprios, algo que demanda tempo e investimento significativos.
Atualmente, o Goldman Sachs mantém uma posição neutra em relação às ações da B3, com um preço-alvo de R$ 13, o que sugere um potencial de valorização de 16,1% em relação ao último fechamento.
Mesmo com a queda recente, a B3 é negociada a um múltiplo de 12 vezes o preço sobre lucro, consideravelmente abaixo da média histórica de 17,6 vezes, o que pode indicar uma oportunidade para investidores de longo prazo.
📊 Fundada em 2017, a CSD BR é fruto de uma sociedade entre BTG Pactual (BPAC11), Santander Brasil (SANB11) e a Bolsa de Chicago (CBOE).
A empresa já atua como registradora de operações de renda fixa desde 2020 e, em setembro, alcançou R$ 2,5 trilhões em operações registradas — um salto significativo em comparação aos R$ 500 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Essa nova movimentação promete alterar o panorama do mercado de capitais no Brasil, e investidores estão atentos às possíveis repercussões que isso trará para as ações da B3 nos próximos anos.
Na última quinta-feira (18), investidores estrangeiros retiraram R$ 664,666 milhões da Bolsa brasileira.
No fechamento da sessão, as ações da B3 registraram uma queda de 1,31%, sendo cotadas a R$ 11,33.