B3 (B3SA3) inova ao lançar contrato futuro de Café Conilon; confira

A novidade promete ser uma resposta para mitigar riscos em um cenário de incertezas, especialmente em tempos de mudanças climáticas.

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Publicado em 23/09/2024 às 17:32h - Atualizado 6 minutos atrás Publicado em 23/09/2024 às 17:32h Atualizado 6 minutos atrás por Matheus Rodrigues
A maior parte da produção do conilon/robusta provém do Espírito Santo (Imagem: Shutterstock)

🌾 Nesta segunda-feira (23), a B3 (B3SA3) deu início à negociação do contrato futuro de café conilon/robusta, oferecendo uma nova ferramenta para proteger produtores e comercializadores contra a volatilidade dos preços.

Essa novidade promete ser uma resposta estratégica para mitigar riscos em um cenário de incertezas, especialmente em tempos de mudanças climáticas.

A introdução desse derivativo permite que produtores, cooperativas e a indústria possam fixar valores futuros para a venda do café, garantindo uma maior previsibilidade financeira.

"Esse contrato atende a uma demanda do mercado por uma ferramenta de proteção de preços mais robusta", afirma Marielle Brugnari, chefe de produtos de commodities da B3.

A possibilidade de entrega física, com lotes de 100 sacas de 60 kg depositados em armazéns credenciados, reforça a segurança da operação.

Ao contrário do café arábica, que tem sua negociação atrelada ao dólar, o conilon será comercializado em reais, atendendo ao perfil da produção nacional, majoritariamente voltada ao mercado interno.

A maior parte da produção do conilon/robusta provém do Espírito Santo, responsável por 70% do volume nacional.

Gestão de Riscos e Impactos Climáticos

📊 A iniciativa foi comemorada por Enio Bergoli, secretário de Agricultura do Espírito Santo, que destacou a importância dessa ferramenta para a gestão de riscos, especialmente diante da instabilidade climática que afeta a cafeicultura capixaba.

“Esse contrato é uma oportunidade para os produtores garantirem mais segurança em suas operações, especialmente em tempos de oscilações no clima e nos preços”, ressalta.

Nos últimos anos, o Espírito Santo enfrentou períodos de temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média, afetando a produção e a qualidade do café.

Com a implementação desse contrato, pequenos e médios produtores poderão minimizar os impactos de crises econômicas e climáticas que ameaçam o setor.

A primeira negociação do contrato futuro de conilon foi fechada pela Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), que espera fortalecer suas operações de hedge, garantindo mais segurança para os 7,8 mil produtores associados.

A cooperativa estima comercializar 2 milhões de sacas de café este ano, movimentando mais de R$ 2 bilhões.

O lançamento desse novo contrato futuro representa uma mudança significativa no mercado de café brasileiro, reforçando o papel da B3 como uma plataforma inovadora para o setor agrícola.

📈 A proteção oferecida por essa modalidade de negociação tem potencial para transformar a maneira como os produtores enfrentam as oscilações de preços e as adversidades climáticas, proporcionando mais estabilidade e segurança para a cafeicultura nacional.