CEO da Azul (AZUL4) teve reunião com Lula e recebeu “aval” para fusão
Em entrevista, Rodgerson revelou que o presidente Lula foi consultado sobre a ideia há oito meses e demonstrou apoio à fusão.
O governo federal não vai permitir que a fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) resulte no aumento abusivo dos preços das passagens aéreas. Foi o que disse o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, nesta quinta-feira (16).
🗣️ "O que nós não vamos permitir é aumento tarifário e aumento de passagens. Estamos trabalhando para que essas companhias se fortaleçam. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não vai permitir qualquer movimento errado", afirmou Silvio Costa Filho, citando também o papel da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de preservar o direito dos passageiros.
Apesar do alerta, o ministro avaliou como positiva a fusão entre Azul e Gol. Para ele, "o pior cenário seria que essas empresas quebrassem". Afinal, juntas, Azul e Gol controlam o mercado brasileiro de aviação civil, com uma participação de aproximadamente 61%.
"Não vejo prejuízo para o Brasil. Pelo contrário, acho que vamos ter o fortalecimento das companhias e da aviação regional, o que vai fazer com que mais aviões cheguem no Brasil e mais voos cheguem no país", disse.
Ao confirmar a negociação com a Gol, a Azul disse que a fusão deve trazer eficiências e melhorias nas ofertas aos clientes, permitindo "que a entidade resultante continue crescendo e desenvolvendo a aviação no Brasil, através de uma malha que serve o maior número de destinos no Brasil, apoiada por uma frota flexível, com foco na excelência de atendimento".
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✈️ Controladora da Gol, a Abra assinou na quarta-feira (15) um memorando de entendimentos com a Azul para explorar uma combinação de negócios no Brasil.
Embora a fusão vem sendo discutida há meses, a Gol ressaltou que o memorando representa "uma fase inicial de um processo de negociação entre a Abra e a Azul".
"O MoU (Memorando de Entendimentos Não Vinculante) descreve os entendimentos das Partes sobre a governança da entidade resultante da Operação e reforça o interesse das Partes em continuar as negociações em relação à proposta de troca de ações e demais condições da Operação", reforçou a Azul.
Vale ressaltar ainda que a transação depende do encerramento do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos e das aprovações regulatórias, como a do Cade.
Em entrevista, Rodgerson revelou que o presidente Lula foi consultado sobre a ideia há oito meses e demonstrou apoio à fusão.
O acordo tem o objetivo de explorar sinergias que possam resultar na criação de uma gigante do setor aéreo no Brasil.