Carrefour (CRFB3): Vendas sobem 2,5% no 1º tri, para R$ 27,8 bi
Resultado foi impulsionado pela alta da inflação e bom desempenho das lojas do Atacadão.
O Grupo Carrefour (CRFB3) publicou três fatos relevantes na manhã desta terça-feira (26). Todos eles estão relacionados à crise que o varejista se envolveu, depois que o CEO global criticou a carne brasileira.
🍖 Um dos documentos divulgados é uma resposta à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que pediu esclarecimentos sobre movimentações atípicas realizadas durante o pregão da segunda (25). A empresa disse que o movimento está relacionado com as notícias do desabastecimento de carne nas unidades da rede, depois do boicote promovido pelo agronegócio brasileiro.
Outro fato relevante registra justamente que a empresa tem sofrido com a falta de entregas programadas de produtos desde a semana passada. A administração pontuou que há, sim, desabastecimento de alguns cortes de carnes nas lojas do Atacadão, embora as marcas Carrefour e Sam’s Club não tenham sido impactadas, conforme o fato relevante.
O último documento vem como uma espécie de complemento ao pedido de desculpas divulgado pela matriz francesa no começo da manhã. “O Grupo Carrefour Brasil trabalha intensamente na resolução da situação junto aos fornecedores e espera a normalização do abastecimento no curto prazo para mitigar impacto aos consumidores. Ademais, reafirma seu compromisso com a transparência e com manter o mercado informado em caso de desenvolvimentos materiais”, diz o documento.
Mais cedo, o chefe global do Carrefour, Alexandre Bompard, voltou atrás do seu primeiro anúncio, pediu desculpas pelo que classificou como “confusão” e elogiou a carne brasileira. “Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira, pedimos desculpas”, escreveu ele.
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As ações do Carrefour abriram de forma positiva nesta terça, encostando em R$ 7 às 11h. No pregão da segunda, os papeis até ensaiaram uma queda acentuada, mas converteram o rumo e fecharam o índice em alta.
Com a divulgação do pedido de desculpas, a expectativa é que o abastecimento de carnes seja normalizado ainda nesta semana. A ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias da Carne), entidade que representa o setor, disse ter recebido o comunicado francês com satisfação.
“A agroindústria brasileira é destaque no mundo e atende aos mais altos padrões de qualidade sanitários e ambientais dos mercados mais exigentes globalmente. A defesa enfática do setor será sempre o nosso foco. A agroindústria brasileira é exemplo de produtividade e compromisso absoluto com o consumidor, esteja ele no Brasil ou em qualquer outro país do mundo”, destaca.
É importante destacar que o boicote não englobou todas as proteínas oferecidas pelo agronegócio brasileiro. Em razão de uma menor concentração de empresas, as produções de frango e carne suína ficaram de fora, conforme apurou o InfoMoney.
“O setor de suínos e aves é mais fragmentado, menos organizado que o de carne bovina. No de bovinos há poucos grandes produtores, então eles conseguem se organizar melhor”, disse uma fonte ao portal de notícias.
Resultado foi impulsionado pela alta da inflação e bom desempenho das lojas do Atacadão.
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