Americanas (AMER3) pede tempo para evitar “nota de risco”; entenda

Executivos da empresa discutiram estratégias para ganhar tempo e tentar convencer as agências a adiar o inevitável downgrade.

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Publicado em 16/08/2024 às 14:54h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 16/08/2024 às 14:54h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
Imagem: Shutterstock.

💲 Após a descoberta da fraude contábil de R$ 20 bilhões em janeiro de 2023, a Americanas (AMER3) se viu em uma corrida contra o tempo para evitar o rebaixamento de seu crédito pelas principais agências de classificação de risco.

Em mensagens obtidas pela Folha de S.Paulo, executivos da empresa discutiram estratégias para ganhar tempo e tentar convencer as agências a adiar o inevitável downgrade.

Conforme revelado nas conversas, a diretora de Relações com Investidores da Americanas relatou um encontro com a S&P Global Ratings, onde a agência sinalizou que, embora não desejasse prejudicar a varejista, uma revisão de rating era inevitável.

Preocupados com o impacto que o rebaixamento teria nas negociações com os credores, os executivos buscaram negociar um prazo adicional antes que as agências tomassem qualquer decisão.

Apesar dos esforços, as tentativas de adiar o downgrade não foram bem-sucedidas. Apenas dois dias após a revelação da fraude, em 13 de janeiro, as agências de classificação de risco começaram a rebaixar os ratings da Americanas.

📊 A S&P foi a primeira, reduzindo a nota da varejista para B e, em seguida, para D, sinalizando a possibilidade de um pedido de recuperação judicial, que se concretizou pouco tempo depois.

Seguindo a S&P, a Fitch Ratings e a Moody’s também rebaixaram as notas de crédito da Americanas.

A Fitch iniciou com um corte para “CC” e logo depois para “C”, enquanto a Moody’s rebaixou inicialmente para “Caa3” e, posteriormente, para “Ca”, refletindo a gravidade da situação financeira da companhia.

O episódio ressalta a vulnerabilidade da Americanas após a descoberta da fraude, com a empresa enfrentando dificuldades crescentes para manter a confiança do mercado e dos credores.

📈 O rebaixamento abrupto pelas agências de rating não apenas confirmou os temores dos executivos, mas também acelerou o processo de deterioração financeira que culminou na recuperação judicial da varejista.